quinta-feira, 15 de julho de 2010

Comentário do primeiro dia de apresentações

O primeiro Start-up apresentado consistiu em um projeto cujo objetivo seria construir um site que reunisse e organizasse as redes sociais das quais uma pessoa faz parte. A proposta foi muito interessante, especialmente por duas razões: idealizar uma interação realmente Web 2.0 e viabilizar a construção de um valioso banco de dados. A primeira razão é interessante porque a função do site não seria apenas a de ser mais uma janela no navegador com links para sites de redes de relacionamentos, mas sim algo que permitisse um controle autônomo, personalizado, por parte do usuário, um controle que realmente facilitasse e modificasse a interação dele com as redes das quais ele faz parte. É exatamente o oferecimento dessa autonomia, dessa flexibilidade para a escolha de conteúdos (e o para o compartilhamento dos mesmos) que caracteriza o perfil Web 2.0 do Start-up apresentado.
A segunda razão foi surpreendente porque o que inicialmente chama a atenção é a funcionalidade da proposta de Start-up, não o valor da informação que ele permitiria coletar. Entretanto, como foi exposto pelo grupo, um conjunto de diversas informações seria armazenado no site como consequência da utilização que os usuários fizessem dele: dados valiosos para diversos anunciantes poderiam ser encontrados no banco de dados que se formaria. Informações como as marcas favoritas de um usuário (e de seu grupo de amigos ou contatos), hábitos de compra, opinião sobre certos produtos; etc. Enfim, o site do Start-up não seria só útil como também se tornaria bastante valioso.

por Gregory Gaboardi

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Cultura da convergência

A cultura da convergência, segundo Henry Jenkins (2008), é a convergência de diferentes mídias, corporativas ou alternativas, públicas ou empresariais. Para ele, os produtores e os consumidores têm uma relação imprevisível; nessa cultura diferentes suportes midiáticos estão veiculando os mesmos conteúdos, os mercados midiáticos estão cooperando uns com os outros e ainda há modificações migratórias dos públicos entre os meios de comunicação. Dentro da convergência das mídias, Jenkins defende que, todos os conteúdos são relevantes para serem publicados, todas as marcas são vendidas e todo o consumidor tem diversos suportes de mídias para transmitir uma mesma informação. Os consumidores também têm parte fundamental no processo, já que sua participação ativa é essencial.

Para o autor, a convergência dos meios comunicacionais se daria de forma que em diferentes meios midiáticos as mesmas notícias seriam veiculadas. Diversas mídias se intercalam e veiculam as mesmas notícias ou conteúdos. As constantes reportagens sobre os sites de relacionamento, sobre blogs e sobres microblogs na televisão, nos jornais virtuais e nas rádios convencionais seria um exemplo para figurar a teoria de Jenkins. A grande repercussão do caso no twitter do Cala Boca Galvão, já citado anteriormente em outra resenha, é um exemplo bastante conhecido e recente, pois além de levar reportagens sobre isso na televisão, foi comentado em revistas, nas rádios e ainda outros meios de comunicação. A tendência das mídias se intercalarem e comentarem sobre assuntos de outras mídias é cada vez mais frequente, por todas as modificações ocorridas na própria sociedade.

Por Bruna Porto Balen

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Comentário apresentação Start-up

O projeto de start-up apresentado pelos colegas na aula de hoje foi um excelente exemplo para mensurar o grau de convergência midiática para o qual a sociedade caminha. A proposta de agregar, em um mesmo sítio, todas as redes sociais que o usuário possui na Internet torna mais prática a rotina típica da sociedade pós-moderna: estar em todos os lugares, simultaneamente. Ao propor uma espécie de "condomínio" com o intuito de agregar todas as redes sociais, o projeto facilitaria significativamente o processo de interação do usuário, pois todas as suas atualizações e de seus contatos, nas distintas plataformas da web, seriam disponibilizadas na página desse "condomínio".
Baseado na arquitetura de participação, premissa básica da web 2.0, e na ideia dos mashups - bricolagem de conteúdos que acaba por gerar mais um -, o trabalho dos colegas congrega alguns dos pontos mais relevantes no que tange às tendências no âmbito das redes sociais online, nas quais as interações, mais intensas conforme cresce o número de conexões do usuário na rede, ocorrem dentro do ciberespaço. Dessa forma, a busca pela facilidade do usuário na utilização das diferentes plataformas, é um dos pontos a serem (re)pensados.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Save the Birds!

Toda vez que alguém tuitar 'cala boca galvão' 10 centavos serão doados para salvar os passarinhos. A maior piada-interna do mundo provou que é possivel sim inverter o processo de agenda setting. Mas com que relevãncia, e com que importância prática?

Enqunato milhões de pessoas tuitam CALA BOCA GALVÃO e emplacam a capa da veja, outras milhões vivem abaixo da linha da pobreza e sequer tem acesso á comida e água, quem dirá a possibilidade de tuitar. Mas esses assuntos são parecem atingir os tuiteiros brasileiros - me incluo nessa - que neste exato momento contam com temas de imensa importância para a sociedade nos TT brasileiros como "Steve Carell" "Dunga" "Venha Holanda" "Felipe melo" e por ai vai. Olha dá pra dizer que hoje é um bom dia pois, pelo menos não temos Geisy Arruda na lista.

O fato é que cada vez mais as mídias online estão pautando as mídias de massa, mas ainda há um despreparo dos jornalistas que rápidamente divulgam informações errôneas como a história de que 'Cala Boca Galvão' apareceria num episódio dos simpsons . Por outro lado esforços como o UMDIASEMGLOBO não rendem resultados práticos. O dia em que resolvermos usar tudo que temos na mão podemos conseguir algo importante para a sociedade, mas algo me diz que preferem xingar o galvão...

quinta-feira, 24 de junho de 2010

VERDADES E MITOS SOBRE A DTV


A TV digital é uma realidade, o mercado de equipamentos eletrônicos está em êxtase; a indústria da informação, em alta; a copa, o natal, o deslumbramento que todo o “novo” gera nos consumidores, a ânsia de se ter uma na sala de casa.
Parcelamos a perder de vista - diz o vendedor.
Imagem e som de cinema - diz o telejornal.
Interatividade total – é o que todos dizem...
Mas o que me encanta mesmo na DTV é o fato dela ser uma resposta ao desenvolvimento comunicacional de nossa sociedade. Não que eu acredite que a dita interatividade seja algo mais do que um dispositivo reativo, que ofereça ao consumidor a chance de responder pesquisas de opinião, ou de comprar facas guinsu, sem ter que usar o telefone. O fato é que, com a transmissão televisiva entrando na fase da tecnologia digital, abrem-se espaços para a produção independente, para a convergência de mídias e de conteúdos, para a diversidade que existe e transparece quando agregamos multidões.
Com a DTV em conexão global estende-se o poder da grande mídia sobre as comunicações; mas junto com este poder, amplia-se o alcance das transmissões, desenvolve-se a rede telemática. Os tentáculos do sistema crescem, mas crescem junto com ele, paralelo e competitivo, o eco das vozes dissonantes. Retoma-se o conceito do videotrash; do fundamental, ao trivial, laboratórios de criação, desenvolvimento de ideias. Um iPhone na mão e uma ideia na cabeça! Glauber Rocha ia amar isto...
Assim como um dia a internet foi criada por militares para controlar as pessoas, e, por sorte, ou destino, caiu nas mãos do povo e saiu do controle; quem sabe a DTV, criada para facilitar o resgate do monopólio da informação, caia na realidade e acabe sendo adaptada por esta sociedade emergente, criativa, colaborativa, participativa e muito “plugada”; que anda por aí, em forma de anônimos, construindo e desconstruindo conceitos. Sentidos para a própria existência.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Cultura da convergência

Na aula do dia 17 de junho foi estudado e descutida a questão da "cultura da convergência", escrito por Henry Jenkins e as "mashup's".
A "cultura da convergência" falando de grosso modo é todas as mídias interligadas, cinema, game, blog, entre outros. Temos como exemplo claro o filme Matrix, que junto com o cinema veio em versão de games (que complementa a história dos filmes) e o blog, que une todas as visoes do espectador sobre o filme e ajuda a desvendá-lo e a entende-lo melhor.
Na cultura da convergencia as velhas e as novas mídias se fundem, assim como a mídia corporativa e alternativa, onde o poder do produtor de mídia e o poder do consumidor interagem de maneiras imprevisiveis.
A convergencia das mídias representa uma transformação cultural, à medida que consumidores são incentivados a procurar novas informações e fazer conexões em meio a conteudos midiaticos dispersos. O autor chama de "cultura participativa" produtores e consumidores interagindo.
Ele fala também que o celular se tornou fundamental no processo de convergência das mídias, pelo simples fato de tornar possível a interação do espectador com o produtor. O celular além de permitir a interação nos oferece jogos, acesso a internet, música, tv, filme, etc.
Sendo assim, as novas tecnologias permitem que o mesmo conteúdo circule por vários canais diferentes e assuma formas distintas no ponto de recepção.
Tratamos tambem os "Mashup's", que como a Érika falou é como se fosse a "bricolagem", ou seja, a mistura de dois conteúdos para criar uma terceira coisa nova. Surgiu primeiramente na música, agora atinge a web.

por Liange Donini

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Colaboração e conflito no ciberespaço

A noção de criatividade é muito mais valorizada do que a de autoria no ciberespaço. O público, como agente principal na internet, vem assumindo papel de protagonista também nas redes informacionais e, a cada novo nicho que explora, descobrindo novas formas de colaboração e distribuição de material produzido. No sistema digital baseado no relacionamento interpessoal em que se inclui a cibercultura, questões como a propriedade privada, as regras rígidas de controle autoral, a burocracia extrema na permissão do uso de material alheio – bem difundidas, mas não sem controvérsia – tornam-se todas alvo de debate quanto à sua eficiência.

Esses e outros assuntos foram tratados na aula de 20 de maio, cujo tema foi colaboração e conflito no ciberespaço. Vimos que processos massivos de colaboração exigem novos modelos de negócios para novos conceitos de propriedade intelectual: modelos que devem se adaptar às mudanças na comunicação – e mesmo na sociedade como um todo. Esse processo é muito mais lento do que o permitido pelo dinamismo do mundo virtual, mas não pode ser negligenciado, sob pena de os atores sociais encontrarem formas de contornar leis como as que definem os direitos autorais.

Talvez nenhum exemplo seja melhor para ilustrar esses aspectos do que o compartilhamento de arquivos, especialmente os de música, que tanto geraram polêmica. Inicialmente, serviços como o Napster causaram furor: para o público, compartilhar canções abria uma nova gama de possibilidades no uso da internet; para a indústria fonográfica e alguns músicos (o baterista do Metallica, Lars Ulrich, tornou-se um conhecido paladino da propriedade intelectual ao combater a violação de copyright que identificou no serviço, levando o caso à Justiça e culminando em seu fechamento), significava a total perda de controle da própria produção.

Essa liberdade, ainda que então ilegal, possibilitada pelos sistemas peer-to-peer, modificou para sempre o entendimento do uso que se faz – e que se pode fazer – das redes. As pessoas sentiam-se aprisionadas pelas restrições na distribuição de conteúdo. Consequentemente, criaram-se rotas de fuga, que podem ser tanto saudáveis (novas formas de empreendimento, por exemplo) quanto nocivas (a pirataria). A mesma lei que regulamenta a publicação do trabalho de alguém (sobre o qual essa pessoa tem propriedade, que não lhe pode ser negada, a menos que expressamente permitido), condenando a cópia, não pode delimitar a republicação, com ou sem alterações, desse trabalho, efetivamente ceifando a criatividade e desestimulando a inovação.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Noção de Público X Privado na Cibercultura

Na aula do dia 20/05 primeiramente nos foi apresentado vários conceitos de Commons, na Cibercultura. Vários autores o definem e podemos concluir que commons se resume em uma noção de público, de bens comuns, onde nada é privado e que tudo pode ser compartilhado e feito por todos. É uma cooperação voluntária e coletiva na troca de informações e conhecimento, onde tudo que é dito ou publicado acaba se tornando acessível a todos.

A Internet foi a grande responsável por intensificar esse processo, dando uma maior possibilidade de compartilhar bens culturais e informações. Porém, a facilidade de adquirir esses bens acabou polemizando a questão dos Direitos Autorais – Copyright. Para explicar: antes da Internet, toda obra era protegida com o símbolo C, que significava que aquele conteúdo tinha seus direitos reservados pelo autor e que sua reprodução era possível apenas mediante autorização. Mas acontece que alguns autores não se importam com a utilização das suas obras em determinadas ocasiões, e até gostariam que elas fossem reproduzidas. Então foi criado o projeto Creative Commons, que defende o domínio público das obras, desde que essas sejam utilizadas com regulamentação. É uma maneira de conservar a noção do bem comum na esfera pública, sem prejudicar seus autores.

Ainda sobre esse tema, a questão da pirataria, presente na obra de Chris Anderson, “Free: o futuro dos preços”, foi abordada em sala de aula. Foi falado sobre os novos rumos da pirataria hoje em dia, e questionado se ela é realmente nociva para os artistas. Como exemplo temos casos de artistas que disponibilizam suas músicas para download, ou permitem que seus CDs sejam reproduzidos e vendidos por camelôs, faturando assim com os shows, ao invés da venda dos CDs.

Por último aprendemos o conceito de Ciberativismo, que são ações coletivas na Internet, que buscam um interesse comum. Exemplos de Ciberativismo: petições on line, blogagens coletivas, flash mobs, etc. Os motivos que levam as pessoas a praticarem o ciberativismo são, entre outros, o sentimento de reciprocidade: ao ajudar uma causa alheia a pessoa confia que será ajudada em sua própria causa quando precisar; reputação: ao se engajar em alguma campanha sua imagem torna-se positiva, etc. faturando assim com os shows, ao invlizam suas musicas para download, ou permitem que seus CDs sejam reproduzidos e vendidos


por Rachell Fontoura

relatório 13/05

A última aula tratou basicamente de PARTICIPAÇÃO, principal ponto da web 2.0 e, na minha opinião, da sociedade atual - mas isso já é outra história. Seguindo a linha de pensamento de Lévy, muito foi falado a respeito da idéia de INTELIGÊNCIA COLETIVA, que defende ou projeta a construção de, sei lá, TODO PENSAMENTO HUMANO através da participação de todas as pessoas, algo que na verdade sempre aconteceu em menor escala, mas que passaria a atingir esse patamar absurdo com a popularizção da internet e toda a série de facilidades de aproximação que ela oferece. Assim, surge também o movimento PRO-AM, em que profissionais e amadores convivem no mesmo espaço e com a mesma importância, algo que hoje ocorre, por exemplo, na wikipedia e, principalmente - ou APENAS, em sites com assuntos popularescos, voltados ao entretenimento e outras AMENIDADES. Porém, segundo Lévy e seus seguidores, algum dia essa inteligência coletiva passaria a operar também para assuntos mais relevantes e importantes para a sociedade na escala de valores dele e da ACADEMIA em geral. Pra mim, um pensamento UTÓPICO, já que o que a INTELECTUALIDADE não percebeu - e acredito nunca irá perceber - é que os verdadeiros usuários da REDE - quem realmente faz algo acontecer, não só acessa pra ler emails e o jornal do dia - são completamente ANTI-HERÓICOS e PROCRASTINADORES, que estão pouco se importando (pra não citar a palavra que me surgiu) para o que é "IMPORTANTE" (conceito muito relativo). Um comportamento naturalmente humano, acho, no mundo OFFLINE combatido pelas leis, regras, costumes, valores, família e afins, mas que na internet, essa TERRA SEM LEI, atinge seu NIRVANA.

por Guilherme Daroit

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Comentário - inteligência coletiva

Se a inteligência pudesse ser definida apenas pela capacidade de interpolar informações prévias e daí tirar conclusões válidas, não há como deixar de estudar os conceitos e aplicações dainteligência coletiva. As conversas, diretas ou indiretas, durante um fórum qualquer, promovem o cruzamento das informações que cada pessoa acumulou durante sua vida até aquele momento. E pode-se entender a sala de aula como um fórum, a leitura dos textos como informações prévias e o conhecimento que cada um leva ao final da aula como resultado da inteligência coletiva. É um ambiente formidável para observações; temos momentos de colaboração “Pro-Am” (professoras-alunos) e exemplos de “apostadores de risco” (alunos que leem os textos, mas não participam das discussões) que reduzem o que levarão consigo, mas não o dividirão com mais ninguém. E se todos terminarem o semestre com mais sabedoria de que quando começaram, mais uma comprovação da inteligência coletiva.

por André Simão

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Startup


Sugestão de leituras

TÁTICAS FREEMIUM (ANDERSON, Chris. Free: grátis: o futuro dos preços. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009, p.250 -253).

Sugestões de links sobre startups


http://www.runn.net.br/content/49-startups-para-ficar-de-olho-em-2010-0

http://zerotrack.com.br/zerotrack/o-que-e-start-up/

http://www.gesentrepreneur.com/pdf/o_que_e_uma_start_up.pdf

http://carsonified.com/blog/business/how-to-crowdfund-your-startup/


Estrutura para o trabalho

Apresentação

Descrição da startup

Justificativa

Objetivos

Quadro teórico

Referências

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Resenha sobre o texto:

Ciberespaço e Tecnologias Móveis.
Processos de Territorialização e Desterritorialização na Cibercultura
                                                                                                                André Lemos

É próprio do ser humano a necessidade de territorialização (afirmação de sua presença), bem como de desterritorialização desde sempre - enquanto me faço presente em um locus, me abstenho de estar ocupando outra qualquer posição, principalmente, no campo das idéias, já que, ao assumir um posicionamento ideólogico, automaticamente me excluo de outros posicionamentos - este processo não é novo e não começa com a tecnologia informacional; bem como as redes sociais,  eles sempre existiram. O que acontece com o evento do desenvolvimento das tecnologias informacionais é a expansão desse alcance, potencializado pelas tecnologias móveis, que já nos libertam quando excluem a necessidade, inclusive, de estar em frente a um pc (personal computer) para ‘interagir em rede’. Que o digam os desenvolvedores do movimento Hacker* - com tanta perseguição por parte das autoridades, sentiram primeiro a necessidade e controlar seus PCs à distância, pois assim, ao serem localizados pela Polícia Federal, já não estavam presentes na hora das ‘batidas policiais."

Segundo Lemos, as fronteiras podem ser vistas como delimitações físicas, sociais, simbólicas, culturais e subjetivas; visto a partir deste posicionamento, entendemos que:

criar um território é controlar processos que se dão no interior dessas fronteiras.” (LEMOS). 

Mas não podemos criar um território, sem primeiro desconstruir o espaço anteriormente ocupado; ao nos deslocarmos de um território a outro (físico ou não) estamos nos ausentando do anterior. Assim, a territorialização – desterritorialização – reterritorialização formam uma tríade, visto que são três processos diferenciados, porém interligados por sua lógica de construção/descontrução/re-constrição de símbolos, valores, e realidades.

“Quando podemos criar um ‘território’ podemos criar um mundo.” (LEMOS)

Estamos enfrentando um momento de transição, a sociedade saindo do século XX (desterritorialização), partindo em direção à construção de uma nova sociedade - Séc XXI – (reterritorialização). Uma sociedade que recupera o direito à fala (visibilidade para todos e todas), e apropria-se de bens culturais e simbólicos, reconfigurando-os de acordo com sua práxis. Uma sociedade que re-toma o espaço público de pertença quando age na rede em direção ao exercíco de seus direitos, resgatando o senso de sociedade civil (Bakunin), papel há tanto tempo abandonado pela sociedade do consenso (séc. XX, hegemonia cultural). A diversidade fica cada vez mais visível, à medida que novos atores sociais exercitam o direito autoral de seus valores e escolhem livremente (?) seus próprios caminhos. 

Uma nova cultura se instaura, a cibercultura - a cultura da libertação do homem, a cultura das exposições, dos enfrentamentos em espaço aberto, dos debates, das inter-relações (soa até novo tendo em vista que até pouco tempo encontravamo-nos ilhados pelo individualismo), dos compartilhamentos. Uma mudança está em curso: novas tecnologias, nova forma de produção, novos valores envolvidos, nova sociedade, nova forma de aplicar a ação política, novo Estado, novas fronteiras – processos paralelos e cíclicos, que se repetem ao longo da evoloução humana, sempre trazendo novos formatos. Estamos em meio à esta fusão de valores e ritmos, em plena etapa de desconfiguração da sociedade anteriormente ‘territorializada’ sobre outros patamares. Pode-se construir uma perspectiva para a sociedade futura, mas não podemos afirmar conclusivamente onde iremos chegar. A reterritorialização ainda não está concluída, ao passo que depende, necessariamente, da participação cada vez mais intensa e ativa da “sociedade em rede” (Castells – galáxia internet).


                                                                                                         Christyne Rodrigues

                             

*Nos anos 80 os Hackers foram perseguidos como criminosos do sistema. Mais tarde (já às portas do séc. XXI) é que começam a ser entendidos como frutos de uma necessidade social; estabelece-se então a distinção do Hacker (ciberativista) e do Cracker (criminoso da rede).

Processos de territorialização e desterritorialização

O artigo Processos de Territorialização e Desterritorialização na Cibercultura, de André Lemos, tema da aula de 22 de abril, aborda a função das tecnologias móveis como criadoras, no ciberespaço, de processos daquilo que ele chama de territorializações, conceito que não fica claro ao longo do texto. As duas cenas mencionadas no início dele talvez ajudem a explicar o que o autor entende como desterritorialização (renovação de hábitos e práticas de determinado campo) e reterritorialização (que ocorre após estarem consolidadas as rupturas do processo anterior), mas não contribuem para a concepção da ideia abrangente de território utilizada pelo autor – entendida tanto em sua acepção física e simbólica quanto em seus desdobramentos na cibercultura.

Segundo Lemos, as mídias, especialmente as contemporâneas, instauram esses processos ao permitirem a compressão do espaço e do tempo, "onde o tempo real (imediato) e as redes telemáticas, desterritorializam (desespacializam) a cultura" (LEMOS, 2004, p.68) no ciberespaço, "lugar de quebra e criação de controle e de hierarquias" (LEMOS, 2006, p. 7). As tecnologias empregadas na comunicação em rede influenciam a transformação desses territórios, mas não são exclusivas às mídias. De acordo com o autor, é próprio do ser humano ser parte ativa nesses procedimentos: criar e apropriar-se de territórios e, insatisfeito que é, criar linhas de fuga aos poderes instituídos e usar de meios técnicos para, quando desterritorializado, reterritorializar-se. Entendeu? Bom, deveria, afinal "as questões de território,
territorialização e desterritorialização são essenciais ao homem" (LEMOS, 2006, p. 3)

terça-feira, 27 de abril de 2010

22 de Abril

Na última aula, que tinha como tema principal o "ciberespaço e tecnologias móveis-processos de territorialização e desterritorialização na cibercultura" a discussão foi entorno do que era realmente um espaço, o que tornava-o ou não um território físico ou simbólico. Verificamos dois tipos de espaço, o físico (palpável, que delimita fronteiras) e o simbólico (normas institucionalizadas).

Quando há uma movimentaçã nos processos estáticos até o momento, e essa mudança faz as estruturas se reestabelecerem fazendo mudar seu comportamento obtemos a desterritorialização. O ciberespaço é efetivamente desterritorializante, pelo simples fato de fornecer acesso à informação ilimitada e sem fronteiras.

Depois da desterritorialização, se consolidadas as estruturas, vem o processo de reterritorialização. Que é a adaptação do meio com as tecnologias oferecidas e adotadas por ele.

Quando há um novo ciclo de desterritorialização e reterritorialização ocorre a

des-re-territorialização.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Aula do dia 15 de abril

Na aula passada conhecemos um novo tipo de mídia que exemplifica bem o conceito de web 2.O: a mídia locativa. Através dessas mídias temos um contato diferente e inovador tanto com a tecnologia quanto com o meio em que vivemos, visto que, de uma certa forma, traz de volta o contato com o real e com o que está ao redor do internauta, coisa que havia se perdido com a globalização que a internet gerou.
Basicamente onde a pessoa está localizada no momento é o que vai interferir com quem ela se comunica e sobre o quê; temos uma ideia muito forte do "aqui e agora".
Estas informações compartilhadas através da mídia locativa são mutáveis, onde a cada passo que se dá a informação anterior se torna obsoleta. Podemos ver isso claramente nas redes sociais que informam onde o usuário está no momento.
Outro exemplo são as câmeras que ativam informações sobe o local em que se está: a realidade aumentada; proporcionam a interatividade, a participação, itens muito importantes e que definem bem o termo de web 2.0.
Concluindo, as mídias locativas podem ser associadas ao movimento e a portibilidade, o que traz facilidade, coisas que a evolução da tecnologia quer proporcionar para seus usuários.

Resenha 15 abril 2010

“O mundo na palma da mão”. Um entre tantos clichês que acompanha a realidade de todos àqueles cuja geração já nasce com habilidades espetaculares e naturais para a inserção no ciberespaço. A minha entrada na aula fora justamente na troca de slides, acredito, em que ela estava exposta.

A aula do dia 15 de abril trouxe para a nossa reflexão textos de André Lemos e Lúcia Santaella, complementares e díspares entre si, por trazerem em sua essência a reflexão, por um conjunto de lentes distintas, sobre mobilidade e suas intersecções relacionadas à linguagem e ao uso de mídias locativas. Tentando evitar redundâncias e superficialidades, penetramos na lente apresentada por Santaella cujo lugar a ser pensado envolve o paradoxo presença-ausência , entre outros paradoxos importantes e melhor elencados pela autora. O fator ciberespaço põe em evidência concepções tradicionais sobre distancia, espaço e nomadismo. Ao trazermos esses termos e reconfigurá-los para a esfera do ciberespaço, já não é possível pensar na concepção usual do termo “realidade” sem os devidos reflexos provocados pelo meio digital. O fato marcante desse hibridismo seria o próprio uso do termo “duplo-nomadismo” em que os diversos papéis sociais exigem constante presença em diversos lugares da própria esfera social real, contudo a necessidade de permanecer um nó ativo na esfera do ciberespaço exige igual atenção parcial permanente para poder absorver / complementar / divergir com a sua rede social. Ressalta-se que exige-se um desenvolvimento cognitivo cada vez mais acentuada, cujo húmus é absorvido e naturalizado em semelhante velocidade acelerada.

Pelo lado de André Lemos, as mídias locativas representam não só a emissão de conteúdos informacionais vinculado a um lugar específico, mas também a disseminação de um novo tipo de mídia para a localização de uma determinada empresa. A disponibilização de mídias locativas, principalmente o acesso a rede Wi-fi para público não específico (acesso geral) é capaz de localizar e configurar a fonte da mídia locativa também no ciberespaço, possibilita maior intensificação do duplo-nomadismo citado por Santaella e permite a mesma localização do indivíduo no ciberespaço e disponibilizá-la para a(s) rede(s)social(is) a(os) qual(is) pertence e vinculá-lo à fonte da mídia locativa ao qual acessa, está próximo fisicamente e/ou consumindo ativamente dos serviços e/ou produtos daquela fonte locativa.


por Alex Viana

terça-feira, 20 de abril de 2010

Na última aula – 15 de abril – foi reforçada a ideia de que a inserção de novas mídias não significa o extermínio das antigas, mas uma reconfiguração do quadro atual.

Aspecto que merece destaque é a ambiguidade que vem se desenvolvendo com as novas tecnologias; se por um lado surge um feixe considerável de mobilidade – o que proporciona a presença em diversos ambientes simultaneamente -, por outro a adoção de tais tecnologias carrega um vasto potencial de vigilância, pois os rastros das presenças também são verificáveis em diversos lugares, o que facilita a descoberta de informações por ou sobre qualquer um. A hibridização da esfera pública e privada ilustra este avanço da utilização das novas tecnologias. O uso destas em qualquer local e sua abrangência sem fronteiras diluí as diferenças entre o que é coletivo do que é individual. Informações que eram enclausuráveis passaram a ser tangíveis com certa simplicidade.

por Bruno Colombo

Mobilidade

Na aula do dia 15 de abril, vimos alguns pontos a respeito da questão da mobilidade midiática. Com base nos textos de Lucia Santaella e André Lemos, fomos levados a repensar nosso cotidiano, sobretudo no que diz respeito à vida na cidade, bastante "afetada" pela emergência das novas redes telemáticas. Nesse âmbito, pode-se citar o GPS e a internet Wi-Fi, pois ambos são elementos que moldam novas formas de pensar, viver e agir da sociedade, dadas as tranformações que promovem, permitindo ao indivíduo uma apropriação nunca antes vista das informações daquela localidade onde se encontra.

Características como a presenca-ausência, levantada no texto de Santaella, dentre outros, evidenciam que vamos chegando a determinados paradoxos. O indivíduo precisa estar em todos os lugares, simultaneamente, o que é permitido, de certa forma, pelos novos dispositivos móveis, acompanhados das facilidades de acesso fornecidas pela Internet. Dessa forma, ele "atinge" o seu objetivo, sem que para isso seja necessário o deslocamento físico de um lugar para outro. Essa redução do chamado distanciamento virtual permite um maior relacionamento entre os indivíduos, que acabam, inevitavelmente, redefinindo comunidades, na medida em que o agregamento passa a ser possível sem que seja imprescindível a co-presença.
Além disso, é necessário estar conectado o tempo todo, ser um ativo na rede em tempo integral, o que acaba gerando certa compulsão, dependência desses dispositivos móveis - como o celular, sobre o qual ela chega a fazer uma observação dos efeitos negativos dessa dependência que se estabeleceu entre seus usuários.

Em meio a tantas inovações, a tantos processos de refuncionalização das mídias - a chamada ecologia midiática de Santaella -, a um fluxo cada vez mais intenso de informações, dentro de um tempo cada vez menor, faz-se necessário algumas reflexões acerca dos efeitos - positivos e negativos - disso sobre a sociedade. Até que ponto essa conexão exacerbada é útil, é válida como benefício ao homem? Até que ponto o uso deliberado e compulsivo desses dispositivos - cada vez menores e mais repleto de facilidades - é válido? Que transformações sociais a inserção desses itens têm provocado na sociedade e, sobretudo, na maneira de o indivíduo agir na sociedade?

Camila Cesar

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Na aula do dia 8 de abril, vemos a importância e as funções das redes sociais na internet. Discutiu-se as tendências e o panorama atual das redes, focando em ferramentas como blogs, microblogs (twitter), sites pessoais com utilização de perfis (Orkut, Facebook). Os blogs são alvo de constante discussão entre os pesquisadores, pois é um objeto de difícil categorização. Eles tiveram grande importância, pois revolucionaram a idéia de sites pessoais, que antes eram estáticos e desatualizados, implementando posts frequentes e a ordem cronológica reversa dos mesmos. Já o twitter recebeu destaque na aula por revolucionar o mundo da web: já é uma das redes sociais mais acessadas no Brasil, atraindo desde grandes empresas a artistas renomados e políticos. Com a idéia de seguir e ter seguidores, o twitter segue a mesma linha de “popularidade” que o Orkut.

Quanto aos sites pessoais como o Orkut e Facebook, foi discutida a grande gama de tipos de sites criada, e tivemos como exemplo sites apenas para animais e para pessoas ricas. O mesmo sistema de criação de perfis tem sido aplicado a uma grande parte dos sites hoje, inclusive nos jogos. Os chamados social games nas redes sociais facilitam a socialização e a criação de identidade, envolvendo cooperação e interação entre os amigos e jogadores. Nota-se que as redes sociais na web crescem cada vez mais, firmando as ideias de criação de identidade, popularidade e socialização.


por Luiza Pimenta

relatório 08/04

Nossa última aula, ministrada pela mestranda Gabriela Zago, teve como mote as redes sociais. Em um primeiro momento, discutiu-se sobre os locais em que as relações sociais acontecem na internet, citando sites como Orkut, facebook, twitter, jaiku e uma infinidade de outros, e a apropriação que sofrem de seus usuários. Não lembro mais dos termos exatos, mas sites de redes sociais podem ser divididos em duas categorias: uma em que se encaixam os sites que realmente objetivam ser meios de interação social, e outra em que se se encontram os sites que a princípio não tinham essa intenção, mas acabam se tranformando através da utilização que os usuários fazem deles. Tranformação essa que sempre ocorre, mesmo na primeira categoria, como exemplo dado do twitter, que surgiu como um simples bloco de anotações da vida diária das pessoas e hoje é utilizado pelos usuários para transmissão de eventos em tempo real, agrupar links, discussões, publicidade, entre outros, funções assimiladas pela plataforma, assim como as ferramentas de RT e de reply.

Outro assunto discutido sobre as redes sociais foi a da intensidade dos laços entre os usuários, podendo ser ‘fracos” ou ‘fortes”. No primeiro caso, os dois usuários devem concordar com a relação, digamos assim, o que sugere, teoricamente – na prática nem tanto – que ambos se reconheçam e se aceitem, não existindo relações unilaterais. É o caso de sites como o Orkut e o facebook. Já no segundo caso se encontram sites como o twitter, em que um usuário pode seguir outro sem que o inverso seja necessário.

Discutiu-se também na aula os social games, que normalmente fazem parte dos sites de relacionamento e que ajudam na construção dos laços entre usuários, já que o jogador só pode interagir no game com os seus amigos, que quase sempre determinam o seu sucesso ou fracasso no jogo.

Por fim, se falou sobre os blogs, através do texto de Marcelo Träsel em que ele desconstrói a ferramenta, mostrando que muitas das definições usadas para categorizar esse tipo de site não fazem mais muito sentido, como por exemplo a ordem cronológica inversa a não-comercialização, a freqüência na atualização e a personalização do conteúdo, já que praticamente todos os itens acabaram incorporados por outros sites “tradicionais” ou caíram em desuso nos próprios blogs. Como ele mesmo diz, o sucesso do blog e a influência que teve sobre a internet como um todo derrubaram todas as definições já existentes, o que faz com que, embora todos saibam reconhecer um blog facilmente, não existam uma definição “oficial”, que atenda com exatidão a tarefa de diferenciar os blogs de outras ferramentas da internet. Acho que já escrevi demais.



por Guilherme Daroit

quinta-feira, 8 de abril de 2010

“Enfoques e Desfoques no estudo da interação mediada por computador”

A aula de 1º de abril, ministrada pelo professor Alex Primo foi sobre seu artigo “Enfoques e Desfoques no estudo da interação mediada por computador”.
Primo inicia a discussão citando o intenso uso da palavra interatividade em campanhas de marketing, programas de rádio e tv, produtos e jogos eletrônicos atualmente. Qual seria a definição de conceitos como “interatividade”, “interativo” e “interação” no seu uso popular e mercadológico? Segundo o autor, seu artigo busca apontar os diversos enfoques sobre essa chamada “interatividade”, analisando-os criticamente e ao final, ainda defender uma abordagem sistêmico-relacional para o estudo da interação mediada por computador.
Ao conceituar interação como uma “ação entre” os participantes do encontro, Primo se foca para a relação estabelecida entre os interagentes, e não nas partes que compõe o sistema global. A seguir, o artigo aponta de forma crítica os erros dos enfoques mais comuns sobre o estudo da “interatividade”, em uma visão limitada da comunicação.
No enfoque transmissionista se adota o conceito da bidirecionalidade como característica fundamental da interatividade, no modelo em que a mensagem é enviada de um pólo a outro, menosprezando o relacionamento envolvido entre os interagentes. No enfoque informacional, que se utiliza ta Teoria Matemática da Informação, a interatividade se define como a possibilidade de escolha entre as alternativas disponíveis. Mas esse conceito é falho pois, mesmo com inúmeras alternativas que podem combinar-se entre si, seu modelo de interação é de tipo limitado.
No enfoque tecnicista o conceito da interação mediada por computador é centrado especificamente nas características do canal onde a mensagem é passada do emissor ao receptor, ou seja, foca-se no meio em que ocorre a interação, mas não estuda esse processo desenvolvido entre os seus interagentes.
No enfoque mercadológico o termo interatividade nada mais é do que um argumento de venda, usado indiscriminadamente em campanhas de marketing.
Por último, o enfoque antropomórfico considera qualquer reação do computador como uma forma de interação e diálogo com aquele que o usa, essa afirmação desconsidera as diferenças singulares entre o funcionamento da máquina e o comportamento humano, deixando-os no mesmo nível de inteligência.
Não é possível estudar interação mediada pelo computador focando em apenas uma variável. O sistema interativo é muito complexo e exige uma perspectiva sistêmico-relacional, ou seja o foco se dá no estudo do que se passa entre os interagentes do sistema.
Assim, propõe-se dois grupos de interação mediada por computador: a interação mútua, onde se evidencia as modificações recíprocas dos interagentes durante o processo, e a interação reativa, onde se estabelece segundo condições iniciais pré-determinadas.

terça-feira, 6 de abril de 2010

O problema dos enfoques: relato da aula do dia 01/04

A aula foi apresentada pelo professor Alex Primo, nela foi exposto o conteúdo do texto "Enfoques e desfoques no estudo da interação mediada por computador", de autoria do professor. A proposta do texto é examinar o conceito de 'interação' (ou de 'interatividade') através dos diversos enfoques que o conceito recebeu na literatura. Os enfoques são agrupados conforme alguma característica distintiva de sua abordagem (como 'transmissionista', 'informacional', 'tecnicista' e etc.) para então serem criticados e rejeitados. No final é oferecido aquele que seria o enfoque adequado para compreender o conceito de 'interação' (ou de 'interatividade').

Interação é uma palavra cujo significado é vago, ao menos se observado nos contextos de seu emprego corriqueiro. Interação pode significar uma relação física entre corpos (como a troca de calor) como pode também significar uma conversa entre duas pessoas. Interação parece ser uma versão menos ampla de 'relação', toda interação seria um tipo de relação; porém, nem toda relação seria um tipo de interação. Estar à uma distância x de certa cidade é um tipo de relação, mas não um tipo de interação. Para que haja interação não é essencial apenas a existência da relação, mas também a existência de algum tipo de reciprocidade, de partilha potencial entre os elementos da interação. É preciso que exista alguma propriedade em comum, como o calor no caso da interação térmica.

Qualquer relação com reciprocidade potencial constitui uma interação? Relação com reciprocidade potencial, embora possa não ser condição suficiente para a ocorrência de interação, certamente parece condição necessária. Nenhum dos enfoques do texto (inclusive aquele defendido pelo professor) contraria isto. O que se percebe é que no intento de fornecer as condições necessárias e suficientes para que algo seja uma interação, ocorrem refinamentos contextuais (onde o contexto seria uma área de investigação científica). Por exemplo, uma interação física (que seria compreendida como uma relação entre corpos, forças ou qualquer outra coisa que faça parte do inventário teórico da física) seria diferente de uma interação social (que se dá entre agentes sociais) e ambas seriam ainda diferentes de uma interação econômica (que pode suceder entre instituições).

O problema se torna, então, a ideia de que uma destas noções de interação deve se tornar a noção, isto é, a tentativa de reduzir todas as outras noções de interação para apenas uma é equivocada. É natural que haja uma pluralidade de diferentes aplicações do termo interação, e tal pluralidade deve ser preservada na medida em que cada emprego for cientificamente enriquecedor.

Enfoques e Desfoques no estudo da interação mediada por computadores

Na última aula vimos uma apresentação do professor Alex sobre seu texto: "Enfoques e desfoques no estudo da interação mediada por computador".
O texto nos mostra as características e as "falhas" das seguintes teorias: Transmissionista, onde se considera que a mensagem vai de um emissor diretamente a um receptor, negando qualquer conceito de interatividade; Informacional, que sugere uma amplitude maior de escolha à informação. Nessa diversidade entra o conceito de Permutabilidade e Potencialidade, onde se pode arrecadar x informações e combiná-las de diversas maneiras. Essa teoria falta com a possibilidade de criação, sendo tudo baseado em uma ''reserva potencial''; Tecnicista, que aponta mais às capacidades dos meios de agirem. É, na verdade, um estudo dos meios, e não da relação dos meios com os receptores; Mercadológico, um enfoque puramente comercial, de marketing. Sendo a interatividade a serviço do emissor, que tem interesses comerciais deixando de lado o potencial do receptor e Antropomórfico, fala de diálogo entre o receptor e a máquina, é muito simplista e ignora algumas peculiaridades de ambas as partes.
Em tempos onde a interação e seu mal-usado termo tá na moda, se pode puxar muitos fragmentos de cada uma dessas teorias pra poder usar a tecnologia a nosso favor tanto como trabalhadores/vendedores como receptores.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Cibercultura

A cibercultura teve sua origem a partir de diversos acontecimentos durante o século XX em diferentes planos: o econômico, o social, o político, o religioso, o tecnológico, o científico, o comunicacional. Uma série de fatos permitiram que ela pudesse ocorrer, mas principalmente por meio da comunicação, ela se tornou cotidiana, integrando-se ao capitalismo, crescendo junto dele. Inicialmente, a internet era utilizada como uma "via de mão única", modificando-se apenas com ascensão da ideia da participação, da inteligência coletiva, vinda com a web 2.0. A partir disso há uma potencialização da colaboração, do compartilhamento e da organização de informações por qualquer usuário da internet. O sistema, cada vez mais, qualifica-se com o auxílio individual, maximizando o potencial da web, aperfeiçoando-a constantemente, assim como todos os aspectos que se ligam a ela, como as redes sociais na internet. As conexões entre as pessoas aumentaram e se intensificaram, complexificando as próprias redes e permitindo a observação dos padrões na interação pelas redes online e principalmente suas representações. Todo o espaço dentro da web passa a estar disposto a atender as mais diferenciadas necessidades dos usuários, pois dentro da internet, segundo a teoria da cauda longa, existe espaço para todos e quaisquer tipos de manifestações e de produtos. A diversidade aumenta, gera espaço virtual para todos e tudo e o consumidor/usuário tem a decisão de escolha também expandida.

por Bruna Porto Balen

quarta-feira, 31 de março de 2010

A última aula foi sobre a web 2.0 e o texto Cauda longa. As tendências da rede, participação ativa da sociedade ( essa por sua vez, responsável por conflitos dentro da rede. Conflitos que geram o aperfeiçoamento ). É importante ressaltar que as redes sociais já existem há tempos, a internet possibilitou a rede social online, onde as interações ocorrem dentro do ciberespaço, ela pode expressar suas opiniões, criar o seu papel, sua representação. Exemplos de site como wikipédia ( "a enciclopéia livre ), que foi aperfeiçoada após a grande ocorrência de falhas em suas tags tal como informações incorretas. Dessa forma, mediadores passaram a interagir e analisar as informações e sua veracidade afim de dar credibilidade à ferramenta. Sites que apostam na opinião pública como ferramenta de marketing... exemplo de livrarias, que colocam as opiniões dos internautas para ajudar a "indicar" suas leituras. Também foram citados os copyrights, pois a forte tendência é de que a web seja uma ferramenta para publicar livremente. O espaço para divulgar, vender, publicar... a idéia é acessar... e quanto mais melhor.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Elementos de cibercultura - comentário

Bons textos, acredito que poderiam ter sido melhor aproveitados. Mas antes, volto ao ponto em que deveríamos escolher entre discussões acadêmicas puras ou 'academia X realidade'. Se acadêmicas puras, colocações sobre os textos; caso contrário, uma análise mais fundamentada, inclusive em outras áreas fora da comunicação, é necessária.

Na discussão sobre a Wikipedia, nota-se ali a criação de uma elite. Quando uma maior participação é mensurada, há geração de conflitos; para a solução destes surge uma elite reguladora onde antes estes mesmos acreditavam e pregavam uma liberdade 'utópica'. O mesmo vale para conteúdos protegidos que são copiados indevidamente. Se copiá-los já é errado, defender estas cópias, mesmo como uma forma de liberdade da internet, no meio acadêmico é algo que não consigo definir. Se liberdade é algo a ser defendido, por que não criticamos o monitoramento sobre redes sociais com a intenção de percepção de nichos de mercado. Não estaria aí a perda de privacidade do usuário destes serviços?

por André Simão

quinta-feira, 25 de março de 2010

Espaço de interação verdadeira

A partir do resumo anterior, venho destacar alguns pontos que julgo importantes dentro da Cybercultura. Primeiro é o quesito da interação, que Baudrillard encara - ao meu ver erroneamente - como sendo exclusivamente uma simulação que ocorre no cyberespaço, e não uma interação verdadeira. Neste ponto, levanto ainda uma discussão em torno dos termos cybercultura e cyberespaço, que não foram abordados em aula mas que acho interessante levantar, pois com a multiplicidade de plataformas que possuimos hoje em dia, chega a ser estranho tratarmos algo como cybercultura. A cultura é uma só, independente de se disseminar pela internet ou por quadros, da mesma forma que o espaço. O conceito de cyberespaço, tende, ao meu ver, tornar-se cada vez mais vago à medida que novos itens forem incorporando características interativas. E com isso, aumentando mais ainda a possibilidade de tribalização das pessoas por interesse, ao passo que a proximidade geográfica não mais importa. Ou importa, afinal, o geotagging vem bombando né...

quinta-feira, 18 de março de 2010

Tecnologia e Sociedade

A primeira aula tratou-se da contextualização e explicação da condição Pós-Moderna e Cibercultura abordada através de uma order linear, iniciando com as características da Modernidade, Pós-Modernidade, e seguindo até chegar na Cibercultura Remix. Através dessa linha, podemos destacar como cada era é marcada pela negação defendida no período anterior, como é o caso da Pós-Modernidade, com a oposição ao individualismo da cultura do impresso e ao questionamento das institucionalizações até chegar na liberação dos pólos de emissão, onde as pessoas passam a participar do processo de comunicação por meios de apropriações das diversas tecnologias digitais. Acho importante ressaltar a dupla ruptura (na forma de produzir e na forma de difundir informações), a simbiose paradoxal (os indivíduos misturam suas práticas), e a retribalização. Fechando com a Cultura Remix, onde Lemos descreve como "a possibilidade de apropriação, desvios e criação livre".

por Fernanda Roses

quarta-feira, 10 de março de 2010

Sejam bem-vindos!

Este é o blog do “Seminário de Informática e Comunicação”, disciplina eletiva da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da UFRGS, ministrada no primeiro semestre de 2010.

A ideia é que ele funcione como um diário de bordo da disciplina e que os próprios alunos sejam responsáveis pela atualização de seu conteúdo, a partir das leituras e das discussões em sala de aula.

Esperamos, assim, que todos participem desta dinâmica, seja escrevendo ou comentando os posts, e que o compartilhamento de ideias e de opiniões neste espaço ajude a refletir de forma crítica o conteúdo abordado na disciplina.

terça-feira, 9 de março de 2010

Cronograma

11/03 - Apresentação da disciplina
- Apresentação do conteúdo da disciplina e dos métodos de avaliação

18/03 - Tecnologia e Sociedade

- Relações da tecnologia com a sociedade

Bibliografia


LEMOS, André. Ciber-cultura Remix. Artigo apresentado no seminário “Sentidos e Processos”, mostra Cinético Digital, no Centro Itaú Cultural. São Paulo, agosto de 2005. Disponível em
: http://www.facom.ufba.br/ciberpesquisa/andrelemos/remix.pdf>.

LEMOS, André. Cibercultura. Tecnologia e Vida Social na Cultura Contemporânea. Porto Alegre. Sulina, 2004. Pg 61-97.

25/03 - Elementos da cibercultura (Parte 1)
- Web 2.0
- Cauda longa
- Redes sociais

Bibliografia

ANDERSON, Chris. A Cauda Longa: Do mercado de massa para o mercado de nicho. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. Pags.: 01 a 24. Disponível em: <http://books.google.com.br/books?id=Azimn30tFbUC&printsec=frontcover&source=gbs_navlinks_s#v=onepage&q=&f=false>.

PRIMO, Alex. O aspecto relacional das interações na Web 2.0. In: XXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2006, Brasília. Anais, 2006. Disponível em: <http://www6.ufrgs.br/limc/PDFs/web2.pdf>.

RECUERO, Raquel. Redes Sociais na Internet. Porto Alegre: Sulina, 2009. Pags.: 24 a 30. Disponível em: <http://www.redessociais.net/cubocc_redessociais.pdf>.


01/04 - Elementos da cibercultura (Parte 2)
- Interação mediada por computador

Bibliografia

PRIMO, Alex. Enfoques e desfoques no estudo da interação mediada por computador. 404NotFound, n. 45, 2005. Disponível em:<http://www6.ufrgs.br/limc/PDFs/enfoques_desfoques.pdf>.


08/04 - Mídias sociais

- Blogs e microblogs
- Sites de redes sociais
- Social games

Bibliografia

RECUERO, Raquel. Aprendendo mais sobre Social Games. Blog Social Media, outubro de 2009. Disponível em http://pontomidia.com.br/raquel/arquivos/aprendendo_mais_sobre_social_games.html

RECUERO, Raquel; ZAGO, Gabriela. Em busca das "redes que importam": redes sociais e capital social no Twitter. Líbero, São Paulo, v.12, n.24, 2009, p.81-94. Disponível em http://www.revistas.univerciencia.org/index.php/libero/article/viewFile/6787/6129

TRÄSEL, Marcelo. "A vitória de Pirro dos blogs: ubiquidade e dispersão conceitual na web". In: AMARAL, Adriana; RECUERO, Raquel; MONTARDO, Sandra (Orgs.). Blogs.com: estudos sobre blogs e comunicação. São Paulo: Momento Editorial, 2009, p.93-108. Disponível em http://www.sobreblogs.com.br/blogfinal.pdf


15/04 - Mobilidade
- Tecnologias móveis e mídias locativas

Bibliografia

LEMOS, A. Mídia Locativa e Territórios Informacionais. 2007. Disponível em: http://www.facom.ufba.br/ciberpesquisa/andrelemos/midia_locativa.pdf

SANTAELLA, L. O mundo na palma da mão. In: Linguagens líquidas na era da mobilidade. São Paulo, Paullus, 2007. (disponível no xerox)

22/04 - Mobilidade
- Processos de territorialização e desterritorialização

Bibliografia
LEMOS, A. Ciberespaço e Tecnologias Móveis. Processos de Territorialização e Desterritorialização na Cibercultura. 2006. Disponível em: http://www.facom.ufba.br/ciberpesquisa/andrelemos/territorio.pdf

29/04 - Avaliação
- Prova de caráter teórico-prático versando sobre conteúdos discutidos até então

06/05 - Resultado da avaliação
- Resultado da avaliação
- Orientações para elaboração do trabalho final

13/05 - Colaboração e conflito no ciberespaço
- Inteligência coletiva
- Sabedoria das multidões
- Movimento Pro-Am e Crowdsourcing

Bibliografia
LÉVY, Pierre. Inteligência Coletiva. Ed. Loyola, São Paulo, 1998. Pg.: 26-32

ANDERSON, Chris. A Cauda Longa: Do mercado de massa para o mercado de nicho. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. Pg.: 57-72.

BRIGGS, M. Jornalismo 2.0: como sobreviver e prosperar. Um guia de cultura digital na era da informação. Edição brasileira: Carlos Castillo. Livro online. Pode ser procurado na rede pelo título. Pg. 48-52.



20/05 - Colaboração e conflito no ciberespaço
- Ciberativismo
- Novos modelos de negócios e propriedade intelectual
- A era da abundância e informação grátis

Bibliografia
AMADEU, Sergio. O conceito de commons na cibercultura. Líbero, n.21, jun. 2008. Disponível em http://www.revistas.univerciencia.org/index.php/libero/article/viewFile/5397/4914

ANDERSON, Chris. Free: grátis: o futuro dos preços. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009, p. 154-161.

ANTOUN, Henrique. Jornalismo e ativismo na hipermídia: em que se pode reconher a nova mídia. Revista FAMECOS, n.16, dez. 2001. Disponível em >http://www.revistas.univerciencia.org/index.php/famecos/article/viewFile/274/208

LESSIG, Lawrence. Cultura Livre. p. 15-19. Disponível em http://www.rau-tu.unicamp.br/nou-rau/softwarelivre/document/?view=144


17/06 - Cultura da convergência
- Produção e consumo de bens midiáticos
- Digitalização dos meios (TV Digital, Rádio Digital)
- Mashups e hibridização de conteúdos


Bibliografia
JENKINS, Henry. "Introdução". In: Cultura da Convergência. São Paulo: Aleph, 2008, p. 25-51.

MÉDOLA, Ana Silvia Lopes Davi. Televisão digital brasileira e os novos processos de produção de conteúdos: os desafios para o consumidor. E-Compós, v.12, n.13, 2009. Disponível em http://www.compos.org.br/seer/index.php/e-compos/article/viewFile/379/376

NEGROPONTE, Nicholas. "Epílogo: Uma era de otimismo". In: A Vida Digital. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. pg 215 - 219.


24/06 - Cultura da convergência
- Narrativa Transmidiática
- Encadeamento midiático

Bibliografia

JENKINS, Henry. "Capítulo 3: Em busca do unicórno de origami: Matrix e a narrativa transmidiática". In: Cultura da Convergência. São Paulo: Aleph, 2008, p. 132-179.

PRIMO, Alex. A cobertura e o debate público sobre os casos Madeleine e Isabella: encadeamento
midiático de blogs, Twitter e mídia massiva. Galáxia, v. 16, 2008. Disponível em http://www6.ufrgs.br/limc/PDFs/caso_Isabella_e_Madeleine.pdf


01/07 e 08/07 – Seminários

- Apresentação dos trabalhos finais
- Encerramento e avaliação da disciplina