domingo, 29 de maio de 2011

Celebridades

A palavra "Celebridade", que deriva do latim celebritas, define aquele que tem status glamuroso, embora muitas das celebridades que conhecemos não seja assim tão glamurosas.

Boorstin difere heróis de celebridades, sendo os primeiros aqueles reconhecidos pelos seus feitos, por criar a si mesmo e pelo seu caráter, enquanto as celebridades são reconhecidas por sua imagem, são criadas pela mídia e   tem uma personalidade, são responsáveis por um personagem.

Segundo Lawrence, a idolatria por celebridades aproxima as pessoas em torno de conversações sobre a vida privada e a carreira de estrelas, a famosa conversa de salão de beleza, bem observada pelo professor Alex Primo.

Exitem tipos específicos de celebridades. A celebridade conferida, onde se tem o exemplo da família real, em que os príncipes e princesas tornam-se famosos ao nascerem, a fama é conferida por fazerem parte de uma família famosa. Há também a celebridade adquirida, com o exemplo de David e Vitória Beckham que obtiveram sucesso em suas carreiras de jogador de futebol e cantora e, quando começam a decair em sua fama, casam-se e a mantêm como casal símbolo de beleza. E por fim a celebridade atribuída, em que, mesmo sem nenhum talento exepcional, a pessoa torna-se famosa, como é o caso de Paris Hilton que, aparentemente, nasceu para isso.

Segundo alguns autores, as celebridades sofrem com a fama e acabam por mutilar-se com anorexias, manias extremas, paranoias e drogas esperando assim sentirem-se mais "humanas". O público, muitas vezes se identifica com isso, enxergando que seu ídolo comete erros como todo mundo.

"Celebridades são fenômeno típico da indústria cultural, vinculado à força difusionista e aos  interesses mercadológicos da mídia de massa. Como se viu anteriormente (PRIMO, 2009), a celebridade é, ao fim e ao cabo, uma mercadoria, fruto de um projeto bem planejado, com objetivos e metas a serem alcançados." (PRIMO, 2010)


terça-feira, 24 de maio de 2011

Stefhany do CrossFox e microcelebridades

Queridos alunos,

Na próxima aula - terça-feira, dia 31/05 -, daremos continuidade ao tema celebridades.

Discutiremos os seguintes textos:

Papel Pop e Stefhany do CrossFox - A influência do blog no encadeamento midiático de construção de celebridade, de minha autoria, apresentado na ABCiber (UFRJ)

Microcelebridades - entre os meios digitais e massivos, de Adriana Braga (PUC RJ)

Boa leitura e até lá!

terça-feira, 17 de maio de 2011

Geração de conteúdo pelos consumidores em espaços corporativos

O tema da aula de 10/05 foi o conteúdo gerado pelo consumidor, especialmente no que diz respeito às organizações. Discutimos como esse conteúdo é apropriado pela Comunicação Corporativa, sobretudo quando produzido nos espaços da própria empresa.

Para começar a discussão, pode-se definir como grande motivação para geração de conteúdo pelos usuários o conceito participativo da internet, já que os consumidores passaram a ser, se quiserem, também produtores de conteúdo. O termo que pode ser atribuído a esse agente é produser (BRUNS, 2008 apud MONTARDO, 2009, p. 167). Nesse contexto, embora os usuários possam estar buscando fama ou autoridade em determinado grupo online, é possível afirmar que é a cultura colaborativa da internet que proporciona o fenômeno da produsage (BRUNS, 2008 apud MONTARDO, 2009, p. 163).

Sendo assim, sob a perspectiva da comunicação corporativa, é um desafio para as organizações manter um relacionamento estável com seus consumidores. Talvez uma tática adequada para alcançar tal objetivo seja a construção de espaços online de interação. Nestes fóruns, há discussões entre os consumidores, mas mediadas pela empresa.

Partindo do exemplo do RP Rodrigo Oliveira sobre o site da Dell, percebemos que os internautas sentem-se motivados a gerar conteúdo no espaço controlado pela marca, embora estejam disponíveis diversas outras plataformas. Neste cenário, é preciso considerar que não é o rendimento material que motiva os usuários a postar informações na rede, mas antes a busca por notoriedade, conexões com seus pares ou construção coletiva do conhecimento (MONTARDO, 2009, p. 164).

Numa cultura “todos -> todos”, as organizações precisam entender que a visibilidade e credibilidade da marca não são produzidas apenas pelos profissionais do marketing e da comunicação. Quando uma pessoa absolutamente comum pode ter milhares de seguidores, os consumidores também são capazes de ditar a imagem da marca, principalmente a partir de suas experiências com ela.

Referência: MONTARDO, Sandra Portella. Conteúdo Gerado pelo Consumidor: Reflexões sobre sua apropriação pela Comunicação Corporativa. Trabalho apresentado no XXXII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, Curitiba, 2009.

Trabalho final da disciplina

Proposta do trabalho:

- Elaborar uma proposta de start up, utilizando os conceitos desenvolvidos na disciplina ao longo do semestre.

- Individual, em dupla ou em trio

Estrutura para o trabalho:

Apresentação

Descrição da startup

Justificativa

Objetivos

Quadro teórico

Referências

Tamanho: entre 10 e 15 páginas


Sugestões de leitura:

http://www.runn.net.br/content/49-startups-para-ficar-de-olho-em-2010-0
http://www.gesentrepreneur.com/pdf/o_que_e_uma_start_up.pdf
http://thinkvitamin.com/web-industry/how-to-crowdfund-your-startup/
http://zerotrack.com.br/zerotrack/o-que-e-start-up/


Não perca:

Palestra na semana acadêmica sobre start up, terça-feira, 24/05 às 19h

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Conteúdo Gerado pelo Consumidor (10/05)


A aula sobre Conteúdo Gerado pelo Consumidor contou novamente com a presença do Relações Públicas Rodrigo Oliveira. Na última vez que ele esteve na turma, a discussão era sobre o case da Arezzo, no qual a polêmica coleção “Pelemania” e a falta de habilidade para lidar com a pressão exercida pelos consumidores nas redes sociais acabou levando a marca aos jornais e aos Trending Topics apenas para receber críticas.
Na aula passada foi diferente. Era a vez da Fruki aparecer nos comentários espontâneos da galera. Sem saber, o jogador de futebol David Beckham deu uma ajuda e tanto à marca gaúcha, ao aparecer em fotos segurando uma lata do guaraná fabricado em Lajeado. A divulgação através de sites de notícias fez as imagens circularem na internet e a Fruki ser um dos assuntos mais comentados no Twiiter naquele dia. Sem perder tempo, foi criada uma promoção relâmpago: os internautas foram convidados a fazerem fotos engraçadas com uma lata de guaraná Fruki na mão. Houveram também manifestações de quem queria Fruki na sua cidade, e até mesmo comerciantes do exterior se manifestaram dizendo que gostariam do produto em seus estabelecimentos. Sem tirar os pés do chão, a Fruki está aproveitando o momento.

Esses dois Cases ilustram que cada vez mais as informações sobre uma organização não estão mais sobre seu controle. Além disso, a identificação com conteúdos gerados de modo amador mostra que a propaganda vinda dos conhecidos da rede é muito mais eficiente do que a publicidade explícita. Se meu amigo gosta de Fruki é porque deve ser bom. Se um marketeiro me manda gostar de Fruki, há grandes chances de ele nem sequer ter provado o produto. Mas o que leva a essa propaganda espontânea? O artigo de Sandra Portella Montardo “Conteúdo Gerado pelo Consumidor: Reflexões sobre sua Apropriação pela Comunicação Coorporativa” tenta explicar o que leva o internauta a gerar conteúdo por sugestão de uma marca, em espaço controlado pela mesma, e como a organização administra esse conteúdo, já que muitas vezes a espontaneidade dos usuários pode ser divergente dos interesses da marca. A autora propõe o estudo de dois ambientes online: o Pq?Pedia (criado pela Pepsi) e o Nike Corre.

Primeiramente, o que é conteúdo gerado pelo consumidor? Vickery e Wunsh-Vicent (2007) têm a resposta: é um conteúdo disponibilizado na internet, que reflete um certo esforço criativo e é criado fora de práticas e rotinas promocionais. As motivações básicas para a criação de conteúdo seriam a possibilidade de fama, notoriedade, prestígio, conexões na rede, e ultimamente a monetização também tem se tornado uma tendência. A facilidade ao acesso banda larga e a utilização de ferramentas e softwares da rede são centrais para explicar a intensa participação dos internautas. Interessante trazer o conceito de Prosumer, explicado por Bruns (2008) como sendo um “consumidor profissional, cujo feedback de suas necessidades, gostos e impressões às organizações colabora para a criação de novos produtos e serviços”.

Mas bem, vamos aos cases. Um dos objetos de estudo foi o site Pq?Pedia (que hoje já está fora do ar). Com um nome de difícil compreensão a primeira vista, a ideia era uma enciclopédia colaborativa, onde os usuários poderiam compartilhar e obterem respostas de outros internautas para as suas mais bizarras perguntas. Certamente todos se lembram da propaganda e do slogan: “Questione. Mude. Beba Pepsi”. Além da possibilidade de questionar, a participação do usuário se dava nas respostas e na votação entre as melhores perguntas: os 5 melhores porquês virariam links patrocinados. A Pepsi ganhou com os cadastros e os usuários ficaram satisfeitos com a liberdade para geração de conteúdo. Porém, nem tudo é perfeito. A falta de possibilidades para a divulgação de links pessoais (para redes sociais ou blogs, por exemplo) fez com que o capital relacional não fosse tão explorado. Além disso, o prestígio para as perguntas em detrimento de alguma premiação para as respostas fez com que a interação não fosse muito além. O número de perguntas cadastradas no site era muito maior que o de respostas. Atentando para esses aspectos, a visibilidade da marca poderia ter sido ainda maior.

Reconhecida pelo investimento significativo no esporte e nos atletas, tanto profissionais quanto amadores, a Nike desenvolveu a ação de relacionamento “Nike Corre” – espaço controlado pela empresa em forma de blog, com dicas de treinamento e notícias sobre eventos de corridas e lançamentos de produtos da marca. O site não foca na interação entre usuários – restrita praticamente a comentários – porém proporciona visibilidade em outras mídias na medida em que há o Orkut, o Facebook, o Youtube, o Twitter. O usuário gosta da construção de capital social e da popularidade gerada a partir da interação. Com os aplicativos do Nike Corre, os “corredores” podem compartilhar seus trajetos, velocidades, tempos, distâncias e até mesmo desafiar amigos a repetirem o percurso.

Esses dois exemplos confirmam o fato de que o estímulo à visibilidade do conteúdo gerado pelos consumidores é uma estratégia que garante o êxito da ação. Em tempos de “Revolução Digital” a forma de consumo e produção de conteúdo tende a assumir as mais diversas formas de participação. Vamos aproveitar.

Por Isadora Barcellos

segunda-feira, 2 de maio de 2011

ganhei um celular e desterritorializei

Até pouco tempo eu não havia vislumbrado o poderio comunicacional que um celular possui além do SMS e a ligação verbal digna de pessoas bem decididas. Era uma resistência boba e nonsense como a que ainda tenho com o foursquare, a rede social preferida dos ladrões pós-modernos (aprendi essa na última aula da cadeira e planejo usar a piada afim de minar com o uso dessa rede por não me adaptar a ela devido ao meu senso de direção geográfica totalmente débil). Mas claro, a realidade um dia me mandou uma mensagem no trem e enxerguei que as tecnologias móveis podem ser interessantes e me possibilitar mais uma maneira de perder tempo com uma máquina.

A experiência com o bluetooth no trem foi intensa, porém ainda simplória para padrões atuais. Mas quando tuitei pela primeira vez do meu celular novo usando a rede sem fio da FABICO – uma mídia locativa digital bem mais ou menos - foi aquele semi orgasmo, eu me sentia imerso a um novo campo comunicacional, um ser vivo terriorializado nas mídias digitais se desterritorializando novamente nos moldes da cultura contemporânea (André Lemos, essa foi pra ti!). Enfim, eu fazia parte daquela mídia locativa e com ela interagia com o MUNDO (uhul) através de um aparelo celular, acompanhando a tendência mundial para comunicação. O que me deixa um pouco confuso, afinal uma desterritorialização é nada mais que uma linha de fuga das práticas comuns e já consagradas para novas formas ainda em desenvolvimento, e eu estou chegando atrasado – todo mundo já usa tecnologia móvel. Só que a explicação é que nem todas mudanças já aconteceram, então vamos esperar tuitando. Mas ok, pra quem não entendeu, um abraço! Estamos na mesma. Afinal, a falta de entendimento sobre as novas tecnologias faz parte da apropriação gradual dessas e somente com o tempo e a descoberta de novos usos pra todas essas novidades é que ocorrerá a tal des-re-territorialização do Lemos e viveremos numa realidade na qual já estão consolidadas as rupturas do processo anterior.

Mas não sei, não. Pra começar, proponho a todos tentarem ler um QRCODE usando um celular:


qrcode

Processos sociais na palma da mão

Muito se fala das coisas virtuais, mas poucos sabem do que se trata e até que ponto esse universo que não vemos influencia a sociedade. A rotina contemporânea incorporou “facilidades necessárias” criadas a partir do desenvolvimento da tecnologia. Facilidades que dificilmente abrimos mão.

A mobilidade trouxe à tona questionamentos recorrentes sobre barreiras, fronteiras e todo um universo de marcas físicas a que estamos acostumados. Mas, e aquele espaço virtual ocupado por um pensamento transformado em palavras e defendido por seu autor? O que seria?

A apropriação de algo para tornar seu é ato de territorialização. O exemplo utilizado por André Lemos indica que, a pedra bruta, trabalhada pela mão do homem e transformada em utensílio, foi reterritorializada. Saiu do território da natureza, passou para o território humano. A pedra deixa de ser pedra para ser um utensílio. É assim que a humanidade cria e delimita os seus espaços.

Lemos afirma que “criar um território é se apropriar, material e simbolicamente, das diversas dimensões da vida”. Já a desterritorialização é o oposto, um processo social antípoda que combate a territorialização, re-significando-a de formas diferentes e, assim, produzindo o movimento que impulsiona a humanidade.

As justaposições metafóricas de Lucia Santaella, inspiradas em Deleuze e Guattari, presença-ausência, público-privado e segregação-dispersão, em parte elucidam atitudes cotidianas que temos. O nomadismo permitido por tecnologias como a telefonia móvel, via celulares que cabem na palma da mão, torna o indivíduo presente em lugares onde não está. O simples acesso a internet o torna instantâneo a distâncias antes inconcebíveis.

Embora a demarcação de espaços físicos hoje se dê de maneira muito mais criativa, a mídia locativa ainda é muito presente. Lemos a define como “conjunto de tecnologias e processos info-comunicacionais cujo conteúdo informacional vincula-se a um lugar específico”. Este conjunto proporciona a formação de cibercidades e ciberurbes, dentro de territórios informacionais que se movem em processos de territorializações, desterritorializações, re-territorializações e des-re-territorializações.

A fim de não cair num “determinismo tecnológico”, Lemos adverte que as tecnologias “podem criar processos desterritorializantes, mas não estão garantidos pelo simples uso dos artefatos”. Afinal, esses movimentos são processos sociais, não naturais.