quinta-feira, 9 de junho de 2011

Sou Stefhany, sou absoluta!

Se há 5 anos atrás alguém te dissesse que uma menina lá nordeste, parodiando a música 'a thousand miles' da Vanessa Carlton em um clipe caseiro intitulado Stefhany no Crossfox, postado no youtube, iria ser um estouro na internet, um viral que se multiplicaria, fazendo ela se tornar uma legítima celebridade da internet, e ainda por cima, aparecer no Caldeirão do Hulk e no Faustão...Vc acreditaria? Eu não...
A versão 2.0 trouxe consigo uma nova maneira de apropriação da web pelos usuários... Se antes eles estavam acostumados a receber passivamente o conteúdo que os grandes veículos de mídia transmitiam... Agora, é como se tivessem com um megafone nas mãos...
E a nossa Profê Susan Liesenberg, observando esse fenômeno,muito sabiamente, resolveu estuda-lo.. Em seu artigo: "Papel Pop e o Stefhany do Crossfox - A inflência do Blogs no Encadeamento de Construção de Celebridade", ela trata do fenômeno de "Celebrização pela Internet" através do estudo da Stefhany do Crossfox no Youtube.
Um dos primeiros vídeos do youtube, segundo Susan, que sofreram o processo de enxurrada de visualizações e se tornaram 'febre' na net é o Chocolate Rain, de Tay Zonday. Esse vídeo viralizou inexplicavelmente, e foi muito imitado, compartilhado e parodiado na web... Hoje o autor tem um canal próprio, e milhares de outros vídeos parodiando outras músicas...
E como esse, há muitos outros casos, como o 'Fala Sonia', 'Tapa na Pantera', 'Valmir e Josy', e inumeros outros... Um caso curioso é o da Tulla Luana...Ela é uma senhora que resolveu reclamarna net..e foi ouvida! Ela reclama sobre o google, sobre jogos da web, sobre a shoptime...enfim, sobre tudo! Virou praticamente um ícone de contestação na web..e segundo seu canal, dia 30 de maio estreiou um programa só dela na justin tv, dá uma olhada www.youtube.com/user/tullaluana
Bom.. Mas o que o Chocolate Rain , a Tulla Luana e a Stefhany do crossfox tem em comum? Eles são, segundo Adriana Braga, "Microcelebridades."
Em seu artigo, intitulado "Microcelebridades - entre os meios digitais e massivos", a autora defende que esse processo é resultado da relativização do monopólio de produção dos conteúdos midiáticos, (ou seja, o tal megafone que eu citei lá no início...) Uma questão contundente para Adriana é definir a partir de que ponto esses usuários se tornam Microcolebridades, e qual a influência da passagem delas para os meios massivos nessa "celebrização". Assim, ela faz um estudo do caso Twittess, e do blog Modern, analisando como ocorreu a passagem dessas celebridades do meio Digital para o Meio Massivo, e a tranformação delas de Micro para Celebridades de fato.
Voltando ao caso Stefhany, nossa Musa, Deusa, Absoluta...é interessante notar a peculiaridade com que a 'celebrização' da Stefhany ocorreu: descoberta por um blogueiro, ela se tornou uma verdadeira sensação, o hoje, tem seu próprio canal, e lança inclusive seus próprios hits... (confere lá no www.youtube.com/canalstefhanycross o ultimo single dela... Menino Sexy )
Segundo Primo (2009), os Blogs são canais geradores de tendências, e termômetros para a grande mídia sobre o que está acontecendo na web. Assim, explica-se o fato de Stefhany ter postado seu video há bastante tempo, mas somente ter estourado na web depois de descoberta pelo mundopop. Mas aí fica a questão... Será que foi só isso? Um blog teria essa amplitude toda de transformar Stefhany em estrela? Segundo Susan, o conteúdo gerado na web, para alcançar tal dimensão, deve conter alguns requisitos básicos que agradem ao grande público: Originalidade, humor, espontaneidade, e, no caso de Stefhany, se encaixar em um esteriótipo de heroína: A mulher bem resolvida, que se gosta, se ache 'absolta.' ( e viva o feminismo!)
Diante desse emaranhado de Celebridades que surgem quase que diariamente, como "a banda/agencia/faculdade/pauta.. mais bonita da cidade", "os soldados e o funk do hino nacional", e por aí vai..ficam as questões: O que é uma Celebridade hoje pra você? Acredito que a questão hoje não é mais quem é celebridade, mas sim quanto tempo se é celebridade...Todos esses personagens, dado o contexto e momento em que surgiram, foram celebridades a seu modo.. mas sumiram...e acredito que o desafio agora, para as celebridades, não é mais estourar, mas sim, continuar ressonando na vida das pessoas...
Acho que é por aí que a banda toca...

domingo, 5 de junho de 2011

Celebridades e microcelebridades

Dando continuidade ao tema "celebridades", na aula do dia
31/05 trabalhamos os textos de Adriana Braga e Susan Liesenberg.
Em "Microcelebridades - entre os meios digitais e massivos", Adriana Braga aborda a temática
das pessoas que fazem sucesso na web de alguma forma e destacam-se o suficiente para atrair a atenção das mídias massivas. A autora usa dois exemplos para tratar do assunto: o blog Mothern e a "tuiteira" Tessália Serighelli.
Mothern foi um blog criado em meados de 2006 por duas mulheres, Juliana Sampaio e Laura Guimarães, que objetivavam debater assuntos pertinentes à vida da mulher e mãe moderna. O blog fez sucesso e os textos da web foram publicados em livro, o qual chamou a atenção de uma produtora de tv, que desejava adaptar a obra a um seriado homônimo a ser exibido no canal GNT.
Concedida a autorização para isso, a participação das blogueiras na concepção do seriado limitou-se à consultoria, sem poder sobre o elenco, roteiro ou argumento. A sugestão de papéis de mulheres homossexuais, negras ou fora do padrão de beleza, por exemplo, sugerida pelas autoras, foi vetada pela produção, que optou por retratar a vida de quatro mulheres brancas, magras, bonitas e ricas.
Assim, ainda que a exibição do seriado tenha trazido notoriedade para as blogueiras, com a adaptação do blog para a televisão, elas perderam a autoridade em produção de conteúdos que possuíam na internet para tornarem-se meras colaboradoras com a série a que deram origem. É uma situação que simboliza a problemática da interação entre meios digitais e massivos, principalmente, como diz a autora, no que tange à relação de poder entre produtores de conteúdos de cada um dos meios.
O exemplo de Tessália deu-se de forma semelhante. A jovem curitibana possuía um perfil no Twitter que contava com muitos followers - conquistados, diga-se de passagem, através de scripts, linha de comando computacional do Twitter que permite, ao seguir automaticamente milhares de pessoas, angariar reciprocidade de "seguidores", o que seria considerado pouco "honesto". De qualquer forma, isso chamou a atenção de jornais, revistas e até da televisão. Boninho, diretor do programa Big Brother Brasil, convidou Tessália para participar do programa a fim de colocar o reallity show em evidência também nas novas mídias.
Após apenas três semanas no programa, Tessália foi eliminada em um paredão triplo de votação histórica: 78% dos 32 milhões de votos pediam sua eliminação. A postura de "jogadora assumida" e o suposto sexo oral que a moça vez em Michel, participante que possuía namorada fora da casa, fizeram com que Tessália fosse rotulada como uma das maiores vilãs que o programa já teve.
Ao contrário de Juliana Sampaio e Laura Guimarães. no entanto, "Tess"não procurou se adaptar à mídia massiva. Acusada de ter "esnobado" a televisão, não lhe restaram outras alternativas para manter-se nas grandes mídias que não fossem revistas ou filmes masculinos.
A partir disso, e ainda de acordo com Adriana Braga, é possível chegar a algumas conclusões: microcelebridades da web não encontram nas grandes mídias o mesmo poder de autoridade que recebem nas mídias digitais. No entanto, essa "transmidiação" da web para as mídias massivas é considerada valiosa para aqueles que pertencem à primeira. Além disso, os grandes meios de comunicação de massa não estão dispostos a adaptar-se ao contexto das microcelebridades. Como vimos no caso Mothern, em troca de um pequeno lucro financeiro, as blogueiras mergulharam nas novas mídias a preço de abandonarem a proposta inicial do blog que originou o seriado homônimo no GNT. Tessália, por outro lado, ainda que tenha aceitado mostrar-se na tv, não cedeu à permanência neste meio que só lhe prometia propostas humilhantes de continuidade de carreira.
O segundo texto, da professora Susan Liesenberg, fala sobre a influência dos blogs na cons
trução de celebridades. Atualmente, devido ao ferramental disponobilizado na Web 2.0, é possível que qualquer indivíduo seja produtor de conteúdo on-line, publicado principalmente em sites como YouTube, MySpace, Facebook, Orkut, entre outros. Exemplo disso é a menina Stefhany e seus videoclipes.
Stefhany chamou a atenção da grande mídia quando seu clipe caseiro "Eu sou Stefhany", que todos aqui conhecemos, foi publicado, com link para o Youtube, no blog Papel Pop, especializado em satirizar celebridades e postar vídeos e fotos curiosos.
O site, que até então possuía poucas visualizações apenas da produção, algumas horas após a publicação do post registrou mais de 10 mil visitas. Logo passaram a ser contabilizados por volta de 70 mil acessos diários, e o blog passou a ser cada vez mais comentado, divulgado e procurado.
Este é apenas um exemplo entre muitos outros que confirmam uma tendência cada vez mais presente: os blogs tornaram-se filtros que publicam os conteúdos amadores mais relevantes para o público. Esses "filtros" são interessantes para que as mídias massivas encontrem personalidades que tenham potencial para fazer sucesso também nos meios clássicos. Foi o que aconteceu com Stefhany, que após o sucesso na internet, participou de programas de televisão de grande visibilidade, como Gugu e Caldeirão do Huck.