quinta-feira, 24 de junho de 2010

VERDADES E MITOS SOBRE A DTV


A TV digital é uma realidade, o mercado de equipamentos eletrônicos está em êxtase; a indústria da informação, em alta; a copa, o natal, o deslumbramento que todo o “novo” gera nos consumidores, a ânsia de se ter uma na sala de casa.
Parcelamos a perder de vista - diz o vendedor.
Imagem e som de cinema - diz o telejornal.
Interatividade total – é o que todos dizem...
Mas o que me encanta mesmo na DTV é o fato dela ser uma resposta ao desenvolvimento comunicacional de nossa sociedade. Não que eu acredite que a dita interatividade seja algo mais do que um dispositivo reativo, que ofereça ao consumidor a chance de responder pesquisas de opinião, ou de comprar facas guinsu, sem ter que usar o telefone. O fato é que, com a transmissão televisiva entrando na fase da tecnologia digital, abrem-se espaços para a produção independente, para a convergência de mídias e de conteúdos, para a diversidade que existe e transparece quando agregamos multidões.
Com a DTV em conexão global estende-se o poder da grande mídia sobre as comunicações; mas junto com este poder, amplia-se o alcance das transmissões, desenvolve-se a rede telemática. Os tentáculos do sistema crescem, mas crescem junto com ele, paralelo e competitivo, o eco das vozes dissonantes. Retoma-se o conceito do videotrash; do fundamental, ao trivial, laboratórios de criação, desenvolvimento de ideias. Um iPhone na mão e uma ideia na cabeça! Glauber Rocha ia amar isto...
Assim como um dia a internet foi criada por militares para controlar as pessoas, e, por sorte, ou destino, caiu nas mãos do povo e saiu do controle; quem sabe a DTV, criada para facilitar o resgate do monopólio da informação, caia na realidade e acabe sendo adaptada por esta sociedade emergente, criativa, colaborativa, participativa e muito “plugada”; que anda por aí, em forma de anônimos, construindo e desconstruindo conceitos. Sentidos para a própria existência.

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