quarta-feira, 28 de abril de 2010

Resenha sobre o texto:

Ciberespaço e Tecnologias Móveis.
Processos de Territorialização e Desterritorialização na Cibercultura
                                                                                                                André Lemos

É próprio do ser humano a necessidade de territorialização (afirmação de sua presença), bem como de desterritorialização desde sempre - enquanto me faço presente em um locus, me abstenho de estar ocupando outra qualquer posição, principalmente, no campo das idéias, já que, ao assumir um posicionamento ideólogico, automaticamente me excluo de outros posicionamentos - este processo não é novo e não começa com a tecnologia informacional; bem como as redes sociais,  eles sempre existiram. O que acontece com o evento do desenvolvimento das tecnologias informacionais é a expansão desse alcance, potencializado pelas tecnologias móveis, que já nos libertam quando excluem a necessidade, inclusive, de estar em frente a um pc (personal computer) para ‘interagir em rede’. Que o digam os desenvolvedores do movimento Hacker* - com tanta perseguição por parte das autoridades, sentiram primeiro a necessidade e controlar seus PCs à distância, pois assim, ao serem localizados pela Polícia Federal, já não estavam presentes na hora das ‘batidas policiais."

Segundo Lemos, as fronteiras podem ser vistas como delimitações físicas, sociais, simbólicas, culturais e subjetivas; visto a partir deste posicionamento, entendemos que:

criar um território é controlar processos que se dão no interior dessas fronteiras.” (LEMOS). 

Mas não podemos criar um território, sem primeiro desconstruir o espaço anteriormente ocupado; ao nos deslocarmos de um território a outro (físico ou não) estamos nos ausentando do anterior. Assim, a territorialização – desterritorialização – reterritorialização formam uma tríade, visto que são três processos diferenciados, porém interligados por sua lógica de construção/descontrução/re-constrição de símbolos, valores, e realidades.

“Quando podemos criar um ‘território’ podemos criar um mundo.” (LEMOS)

Estamos enfrentando um momento de transição, a sociedade saindo do século XX (desterritorialização), partindo em direção à construção de uma nova sociedade - Séc XXI – (reterritorialização). Uma sociedade que recupera o direito à fala (visibilidade para todos e todas), e apropria-se de bens culturais e simbólicos, reconfigurando-os de acordo com sua práxis. Uma sociedade que re-toma o espaço público de pertença quando age na rede em direção ao exercíco de seus direitos, resgatando o senso de sociedade civil (Bakunin), papel há tanto tempo abandonado pela sociedade do consenso (séc. XX, hegemonia cultural). A diversidade fica cada vez mais visível, à medida que novos atores sociais exercitam o direito autoral de seus valores e escolhem livremente (?) seus próprios caminhos. 

Uma nova cultura se instaura, a cibercultura - a cultura da libertação do homem, a cultura das exposições, dos enfrentamentos em espaço aberto, dos debates, das inter-relações (soa até novo tendo em vista que até pouco tempo encontravamo-nos ilhados pelo individualismo), dos compartilhamentos. Uma mudança está em curso: novas tecnologias, nova forma de produção, novos valores envolvidos, nova sociedade, nova forma de aplicar a ação política, novo Estado, novas fronteiras – processos paralelos e cíclicos, que se repetem ao longo da evoloução humana, sempre trazendo novos formatos. Estamos em meio à esta fusão de valores e ritmos, em plena etapa de desconfiguração da sociedade anteriormente ‘territorializada’ sobre outros patamares. Pode-se construir uma perspectiva para a sociedade futura, mas não podemos afirmar conclusivamente onde iremos chegar. A reterritorialização ainda não está concluída, ao passo que depende, necessariamente, da participação cada vez mais intensa e ativa da “sociedade em rede” (Castells – galáxia internet).


                                                                                                         Christyne Rodrigues

                             

*Nos anos 80 os Hackers foram perseguidos como criminosos do sistema. Mais tarde (já às portas do séc. XXI) é que começam a ser entendidos como frutos de uma necessidade social; estabelece-se então a distinção do Hacker (ciberativista) e do Cracker (criminoso da rede).

Processos de territorialização e desterritorialização

O artigo Processos de Territorialização e Desterritorialização na Cibercultura, de André Lemos, tema da aula de 22 de abril, aborda a função das tecnologias móveis como criadoras, no ciberespaço, de processos daquilo que ele chama de territorializações, conceito que não fica claro ao longo do texto. As duas cenas mencionadas no início dele talvez ajudem a explicar o que o autor entende como desterritorialização (renovação de hábitos e práticas de determinado campo) e reterritorialização (que ocorre após estarem consolidadas as rupturas do processo anterior), mas não contribuem para a concepção da ideia abrangente de território utilizada pelo autor – entendida tanto em sua acepção física e simbólica quanto em seus desdobramentos na cibercultura.

Segundo Lemos, as mídias, especialmente as contemporâneas, instauram esses processos ao permitirem a compressão do espaço e do tempo, "onde o tempo real (imediato) e as redes telemáticas, desterritorializam (desespacializam) a cultura" (LEMOS, 2004, p.68) no ciberespaço, "lugar de quebra e criação de controle e de hierarquias" (LEMOS, 2006, p. 7). As tecnologias empregadas na comunicação em rede influenciam a transformação desses territórios, mas não são exclusivas às mídias. De acordo com o autor, é próprio do ser humano ser parte ativa nesses procedimentos: criar e apropriar-se de territórios e, insatisfeito que é, criar linhas de fuga aos poderes instituídos e usar de meios técnicos para, quando desterritorializado, reterritorializar-se. Entendeu? Bom, deveria, afinal "as questões de território,
territorialização e desterritorialização são essenciais ao homem" (LEMOS, 2006, p. 3)

terça-feira, 27 de abril de 2010

22 de Abril

Na última aula, que tinha como tema principal o "ciberespaço e tecnologias móveis-processos de territorialização e desterritorialização na cibercultura" a discussão foi entorno do que era realmente um espaço, o que tornava-o ou não um território físico ou simbólico. Verificamos dois tipos de espaço, o físico (palpável, que delimita fronteiras) e o simbólico (normas institucionalizadas).

Quando há uma movimentaçã nos processos estáticos até o momento, e essa mudança faz as estruturas se reestabelecerem fazendo mudar seu comportamento obtemos a desterritorialização. O ciberespaço é efetivamente desterritorializante, pelo simples fato de fornecer acesso à informação ilimitada e sem fronteiras.

Depois da desterritorialização, se consolidadas as estruturas, vem o processo de reterritorialização. Que é a adaptação do meio com as tecnologias oferecidas e adotadas por ele.

Quando há um novo ciclo de desterritorialização e reterritorialização ocorre a

des-re-territorialização.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Aula do dia 15 de abril

Na aula passada conhecemos um novo tipo de mídia que exemplifica bem o conceito de web 2.O: a mídia locativa. Através dessas mídias temos um contato diferente e inovador tanto com a tecnologia quanto com o meio em que vivemos, visto que, de uma certa forma, traz de volta o contato com o real e com o que está ao redor do internauta, coisa que havia se perdido com a globalização que a internet gerou.
Basicamente onde a pessoa está localizada no momento é o que vai interferir com quem ela se comunica e sobre o quê; temos uma ideia muito forte do "aqui e agora".
Estas informações compartilhadas através da mídia locativa são mutáveis, onde a cada passo que se dá a informação anterior se torna obsoleta. Podemos ver isso claramente nas redes sociais que informam onde o usuário está no momento.
Outro exemplo são as câmeras que ativam informações sobe o local em que se está: a realidade aumentada; proporcionam a interatividade, a participação, itens muito importantes e que definem bem o termo de web 2.0.
Concluindo, as mídias locativas podem ser associadas ao movimento e a portibilidade, o que traz facilidade, coisas que a evolução da tecnologia quer proporcionar para seus usuários.

Resenha 15 abril 2010

“O mundo na palma da mão”. Um entre tantos clichês que acompanha a realidade de todos àqueles cuja geração já nasce com habilidades espetaculares e naturais para a inserção no ciberespaço. A minha entrada na aula fora justamente na troca de slides, acredito, em que ela estava exposta.

A aula do dia 15 de abril trouxe para a nossa reflexão textos de André Lemos e Lúcia Santaella, complementares e díspares entre si, por trazerem em sua essência a reflexão, por um conjunto de lentes distintas, sobre mobilidade e suas intersecções relacionadas à linguagem e ao uso de mídias locativas. Tentando evitar redundâncias e superficialidades, penetramos na lente apresentada por Santaella cujo lugar a ser pensado envolve o paradoxo presença-ausência , entre outros paradoxos importantes e melhor elencados pela autora. O fator ciberespaço põe em evidência concepções tradicionais sobre distancia, espaço e nomadismo. Ao trazermos esses termos e reconfigurá-los para a esfera do ciberespaço, já não é possível pensar na concepção usual do termo “realidade” sem os devidos reflexos provocados pelo meio digital. O fato marcante desse hibridismo seria o próprio uso do termo “duplo-nomadismo” em que os diversos papéis sociais exigem constante presença em diversos lugares da própria esfera social real, contudo a necessidade de permanecer um nó ativo na esfera do ciberespaço exige igual atenção parcial permanente para poder absorver / complementar / divergir com a sua rede social. Ressalta-se que exige-se um desenvolvimento cognitivo cada vez mais acentuada, cujo húmus é absorvido e naturalizado em semelhante velocidade acelerada.

Pelo lado de André Lemos, as mídias locativas representam não só a emissão de conteúdos informacionais vinculado a um lugar específico, mas também a disseminação de um novo tipo de mídia para a localização de uma determinada empresa. A disponibilização de mídias locativas, principalmente o acesso a rede Wi-fi para público não específico (acesso geral) é capaz de localizar e configurar a fonte da mídia locativa também no ciberespaço, possibilita maior intensificação do duplo-nomadismo citado por Santaella e permite a mesma localização do indivíduo no ciberespaço e disponibilizá-la para a(s) rede(s)social(is) a(os) qual(is) pertence e vinculá-lo à fonte da mídia locativa ao qual acessa, está próximo fisicamente e/ou consumindo ativamente dos serviços e/ou produtos daquela fonte locativa.


por Alex Viana

terça-feira, 20 de abril de 2010

Na última aula – 15 de abril – foi reforçada a ideia de que a inserção de novas mídias não significa o extermínio das antigas, mas uma reconfiguração do quadro atual.

Aspecto que merece destaque é a ambiguidade que vem se desenvolvendo com as novas tecnologias; se por um lado surge um feixe considerável de mobilidade – o que proporciona a presença em diversos ambientes simultaneamente -, por outro a adoção de tais tecnologias carrega um vasto potencial de vigilância, pois os rastros das presenças também são verificáveis em diversos lugares, o que facilita a descoberta de informações por ou sobre qualquer um. A hibridização da esfera pública e privada ilustra este avanço da utilização das novas tecnologias. O uso destas em qualquer local e sua abrangência sem fronteiras diluí as diferenças entre o que é coletivo do que é individual. Informações que eram enclausuráveis passaram a ser tangíveis com certa simplicidade.

por Bruno Colombo

Mobilidade

Na aula do dia 15 de abril, vimos alguns pontos a respeito da questão da mobilidade midiática. Com base nos textos de Lucia Santaella e André Lemos, fomos levados a repensar nosso cotidiano, sobretudo no que diz respeito à vida na cidade, bastante "afetada" pela emergência das novas redes telemáticas. Nesse âmbito, pode-se citar o GPS e a internet Wi-Fi, pois ambos são elementos que moldam novas formas de pensar, viver e agir da sociedade, dadas as tranformações que promovem, permitindo ao indivíduo uma apropriação nunca antes vista das informações daquela localidade onde se encontra.

Características como a presenca-ausência, levantada no texto de Santaella, dentre outros, evidenciam que vamos chegando a determinados paradoxos. O indivíduo precisa estar em todos os lugares, simultaneamente, o que é permitido, de certa forma, pelos novos dispositivos móveis, acompanhados das facilidades de acesso fornecidas pela Internet. Dessa forma, ele "atinge" o seu objetivo, sem que para isso seja necessário o deslocamento físico de um lugar para outro. Essa redução do chamado distanciamento virtual permite um maior relacionamento entre os indivíduos, que acabam, inevitavelmente, redefinindo comunidades, na medida em que o agregamento passa a ser possível sem que seja imprescindível a co-presença.
Além disso, é necessário estar conectado o tempo todo, ser um ativo na rede em tempo integral, o que acaba gerando certa compulsão, dependência desses dispositivos móveis - como o celular, sobre o qual ela chega a fazer uma observação dos efeitos negativos dessa dependência que se estabeleceu entre seus usuários.

Em meio a tantas inovações, a tantos processos de refuncionalização das mídias - a chamada ecologia midiática de Santaella -, a um fluxo cada vez mais intenso de informações, dentro de um tempo cada vez menor, faz-se necessário algumas reflexões acerca dos efeitos - positivos e negativos - disso sobre a sociedade. Até que ponto essa conexão exacerbada é útil, é válida como benefício ao homem? Até que ponto o uso deliberado e compulsivo desses dispositivos - cada vez menores e mais repleto de facilidades - é válido? Que transformações sociais a inserção desses itens têm provocado na sociedade e, sobretudo, na maneira de o indivíduo agir na sociedade?

Camila Cesar

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Na aula do dia 8 de abril, vemos a importância e as funções das redes sociais na internet. Discutiu-se as tendências e o panorama atual das redes, focando em ferramentas como blogs, microblogs (twitter), sites pessoais com utilização de perfis (Orkut, Facebook). Os blogs são alvo de constante discussão entre os pesquisadores, pois é um objeto de difícil categorização. Eles tiveram grande importância, pois revolucionaram a idéia de sites pessoais, que antes eram estáticos e desatualizados, implementando posts frequentes e a ordem cronológica reversa dos mesmos. Já o twitter recebeu destaque na aula por revolucionar o mundo da web: já é uma das redes sociais mais acessadas no Brasil, atraindo desde grandes empresas a artistas renomados e políticos. Com a idéia de seguir e ter seguidores, o twitter segue a mesma linha de “popularidade” que o Orkut.

Quanto aos sites pessoais como o Orkut e Facebook, foi discutida a grande gama de tipos de sites criada, e tivemos como exemplo sites apenas para animais e para pessoas ricas. O mesmo sistema de criação de perfis tem sido aplicado a uma grande parte dos sites hoje, inclusive nos jogos. Os chamados social games nas redes sociais facilitam a socialização e a criação de identidade, envolvendo cooperação e interação entre os amigos e jogadores. Nota-se que as redes sociais na web crescem cada vez mais, firmando as ideias de criação de identidade, popularidade e socialização.


por Luiza Pimenta

relatório 08/04

Nossa última aula, ministrada pela mestranda Gabriela Zago, teve como mote as redes sociais. Em um primeiro momento, discutiu-se sobre os locais em que as relações sociais acontecem na internet, citando sites como Orkut, facebook, twitter, jaiku e uma infinidade de outros, e a apropriação que sofrem de seus usuários. Não lembro mais dos termos exatos, mas sites de redes sociais podem ser divididos em duas categorias: uma em que se encaixam os sites que realmente objetivam ser meios de interação social, e outra em que se se encontram os sites que a princípio não tinham essa intenção, mas acabam se tranformando através da utilização que os usuários fazem deles. Tranformação essa que sempre ocorre, mesmo na primeira categoria, como exemplo dado do twitter, que surgiu como um simples bloco de anotações da vida diária das pessoas e hoje é utilizado pelos usuários para transmissão de eventos em tempo real, agrupar links, discussões, publicidade, entre outros, funções assimiladas pela plataforma, assim como as ferramentas de RT e de reply.

Outro assunto discutido sobre as redes sociais foi a da intensidade dos laços entre os usuários, podendo ser ‘fracos” ou ‘fortes”. No primeiro caso, os dois usuários devem concordar com a relação, digamos assim, o que sugere, teoricamente – na prática nem tanto – que ambos se reconheçam e se aceitem, não existindo relações unilaterais. É o caso de sites como o Orkut e o facebook. Já no segundo caso se encontram sites como o twitter, em que um usuário pode seguir outro sem que o inverso seja necessário.

Discutiu-se também na aula os social games, que normalmente fazem parte dos sites de relacionamento e que ajudam na construção dos laços entre usuários, já que o jogador só pode interagir no game com os seus amigos, que quase sempre determinam o seu sucesso ou fracasso no jogo.

Por fim, se falou sobre os blogs, através do texto de Marcelo Träsel em que ele desconstrói a ferramenta, mostrando que muitas das definições usadas para categorizar esse tipo de site não fazem mais muito sentido, como por exemplo a ordem cronológica inversa a não-comercialização, a freqüência na atualização e a personalização do conteúdo, já que praticamente todos os itens acabaram incorporados por outros sites “tradicionais” ou caíram em desuso nos próprios blogs. Como ele mesmo diz, o sucesso do blog e a influência que teve sobre a internet como um todo derrubaram todas as definições já existentes, o que faz com que, embora todos saibam reconhecer um blog facilmente, não existam uma definição “oficial”, que atenda com exatidão a tarefa de diferenciar os blogs de outras ferramentas da internet. Acho que já escrevi demais.



por Guilherme Daroit

quinta-feira, 8 de abril de 2010

“Enfoques e Desfoques no estudo da interação mediada por computador”

A aula de 1º de abril, ministrada pelo professor Alex Primo foi sobre seu artigo “Enfoques e Desfoques no estudo da interação mediada por computador”.
Primo inicia a discussão citando o intenso uso da palavra interatividade em campanhas de marketing, programas de rádio e tv, produtos e jogos eletrônicos atualmente. Qual seria a definição de conceitos como “interatividade”, “interativo” e “interação” no seu uso popular e mercadológico? Segundo o autor, seu artigo busca apontar os diversos enfoques sobre essa chamada “interatividade”, analisando-os criticamente e ao final, ainda defender uma abordagem sistêmico-relacional para o estudo da interação mediada por computador.
Ao conceituar interação como uma “ação entre” os participantes do encontro, Primo se foca para a relação estabelecida entre os interagentes, e não nas partes que compõe o sistema global. A seguir, o artigo aponta de forma crítica os erros dos enfoques mais comuns sobre o estudo da “interatividade”, em uma visão limitada da comunicação.
No enfoque transmissionista se adota o conceito da bidirecionalidade como característica fundamental da interatividade, no modelo em que a mensagem é enviada de um pólo a outro, menosprezando o relacionamento envolvido entre os interagentes. No enfoque informacional, que se utiliza ta Teoria Matemática da Informação, a interatividade se define como a possibilidade de escolha entre as alternativas disponíveis. Mas esse conceito é falho pois, mesmo com inúmeras alternativas que podem combinar-se entre si, seu modelo de interação é de tipo limitado.
No enfoque tecnicista o conceito da interação mediada por computador é centrado especificamente nas características do canal onde a mensagem é passada do emissor ao receptor, ou seja, foca-se no meio em que ocorre a interação, mas não estuda esse processo desenvolvido entre os seus interagentes.
No enfoque mercadológico o termo interatividade nada mais é do que um argumento de venda, usado indiscriminadamente em campanhas de marketing.
Por último, o enfoque antropomórfico considera qualquer reação do computador como uma forma de interação e diálogo com aquele que o usa, essa afirmação desconsidera as diferenças singulares entre o funcionamento da máquina e o comportamento humano, deixando-os no mesmo nível de inteligência.
Não é possível estudar interação mediada pelo computador focando em apenas uma variável. O sistema interativo é muito complexo e exige uma perspectiva sistêmico-relacional, ou seja o foco se dá no estudo do que se passa entre os interagentes do sistema.
Assim, propõe-se dois grupos de interação mediada por computador: a interação mútua, onde se evidencia as modificações recíprocas dos interagentes durante o processo, e a interação reativa, onde se estabelece segundo condições iniciais pré-determinadas.

terça-feira, 6 de abril de 2010

O problema dos enfoques: relato da aula do dia 01/04

A aula foi apresentada pelo professor Alex Primo, nela foi exposto o conteúdo do texto "Enfoques e desfoques no estudo da interação mediada por computador", de autoria do professor. A proposta do texto é examinar o conceito de 'interação' (ou de 'interatividade') através dos diversos enfoques que o conceito recebeu na literatura. Os enfoques são agrupados conforme alguma característica distintiva de sua abordagem (como 'transmissionista', 'informacional', 'tecnicista' e etc.) para então serem criticados e rejeitados. No final é oferecido aquele que seria o enfoque adequado para compreender o conceito de 'interação' (ou de 'interatividade').

Interação é uma palavra cujo significado é vago, ao menos se observado nos contextos de seu emprego corriqueiro. Interação pode significar uma relação física entre corpos (como a troca de calor) como pode também significar uma conversa entre duas pessoas. Interação parece ser uma versão menos ampla de 'relação', toda interação seria um tipo de relação; porém, nem toda relação seria um tipo de interação. Estar à uma distância x de certa cidade é um tipo de relação, mas não um tipo de interação. Para que haja interação não é essencial apenas a existência da relação, mas também a existência de algum tipo de reciprocidade, de partilha potencial entre os elementos da interação. É preciso que exista alguma propriedade em comum, como o calor no caso da interação térmica.

Qualquer relação com reciprocidade potencial constitui uma interação? Relação com reciprocidade potencial, embora possa não ser condição suficiente para a ocorrência de interação, certamente parece condição necessária. Nenhum dos enfoques do texto (inclusive aquele defendido pelo professor) contraria isto. O que se percebe é que no intento de fornecer as condições necessárias e suficientes para que algo seja uma interação, ocorrem refinamentos contextuais (onde o contexto seria uma área de investigação científica). Por exemplo, uma interação física (que seria compreendida como uma relação entre corpos, forças ou qualquer outra coisa que faça parte do inventário teórico da física) seria diferente de uma interação social (que se dá entre agentes sociais) e ambas seriam ainda diferentes de uma interação econômica (que pode suceder entre instituições).

O problema se torna, então, a ideia de que uma destas noções de interação deve se tornar a noção, isto é, a tentativa de reduzir todas as outras noções de interação para apenas uma é equivocada. É natural que haja uma pluralidade de diferentes aplicações do termo interação, e tal pluralidade deve ser preservada na medida em que cada emprego for cientificamente enriquecedor.

Enfoques e Desfoques no estudo da interação mediada por computadores

Na última aula vimos uma apresentação do professor Alex sobre seu texto: "Enfoques e desfoques no estudo da interação mediada por computador".
O texto nos mostra as características e as "falhas" das seguintes teorias: Transmissionista, onde se considera que a mensagem vai de um emissor diretamente a um receptor, negando qualquer conceito de interatividade; Informacional, que sugere uma amplitude maior de escolha à informação. Nessa diversidade entra o conceito de Permutabilidade e Potencialidade, onde se pode arrecadar x informações e combiná-las de diversas maneiras. Essa teoria falta com a possibilidade de criação, sendo tudo baseado em uma ''reserva potencial''; Tecnicista, que aponta mais às capacidades dos meios de agirem. É, na verdade, um estudo dos meios, e não da relação dos meios com os receptores; Mercadológico, um enfoque puramente comercial, de marketing. Sendo a interatividade a serviço do emissor, que tem interesses comerciais deixando de lado o potencial do receptor e Antropomórfico, fala de diálogo entre o receptor e a máquina, é muito simplista e ignora algumas peculiaridades de ambas as partes.
Em tempos onde a interação e seu mal-usado termo tá na moda, se pode puxar muitos fragmentos de cada uma dessas teorias pra poder usar a tecnologia a nosso favor tanto como trabalhadores/vendedores como receptores.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Cibercultura

A cibercultura teve sua origem a partir de diversos acontecimentos durante o século XX em diferentes planos: o econômico, o social, o político, o religioso, o tecnológico, o científico, o comunicacional. Uma série de fatos permitiram que ela pudesse ocorrer, mas principalmente por meio da comunicação, ela se tornou cotidiana, integrando-se ao capitalismo, crescendo junto dele. Inicialmente, a internet era utilizada como uma "via de mão única", modificando-se apenas com ascensão da ideia da participação, da inteligência coletiva, vinda com a web 2.0. A partir disso há uma potencialização da colaboração, do compartilhamento e da organização de informações por qualquer usuário da internet. O sistema, cada vez mais, qualifica-se com o auxílio individual, maximizando o potencial da web, aperfeiçoando-a constantemente, assim como todos os aspectos que se ligam a ela, como as redes sociais na internet. As conexões entre as pessoas aumentaram e se intensificaram, complexificando as próprias redes e permitindo a observação dos padrões na interação pelas redes online e principalmente suas representações. Todo o espaço dentro da web passa a estar disposto a atender as mais diferenciadas necessidades dos usuários, pois dentro da internet, segundo a teoria da cauda longa, existe espaço para todos e quaisquer tipos de manifestações e de produtos. A diversidade aumenta, gera espaço virtual para todos e tudo e o consumidor/usuário tem a decisão de escolha também expandida.

por Bruna Porto Balen