
A partir disso, podemos pensar na influência da tecnologia
na comunicação, no jornalismo. Diferentemente do que se pensou com o surgimento
das novas mídias, as ferramentas antigas de comunicação, como o rádio e a TV,
não desapareceram, mas sofreram modificações, adaptações. O próprio fazer
jornalístico se modifica conforme a tecnologia, pois ela não é um meio neutro,
como já afirmava McLuhan. Ainda sim, podemos dizer que a tecnologia não
determina, mas condiciona, ou seja, ela encaminha para novos modos de
informação e comunicação, e a partir disso tudo de adapta.

Então, lembramos as ideias de utópicos da cibercultura, que
pensam que através desse maior nivelamento tecnológico e, consequentemente, com
a liberação do polo emissor, seria possível acabar com a comunicação de massa.
A citação que abre o texto de André Lemos é de Enzensberg, de 1970, e diz que “as
novas mídias são igualitárias” e têm a tendência de eliminar o monopólio
cultural burguês. No entanto, o que vemos hoje ainda é a busca de informação
principalmente nos grandes portais, como G1, UOL, etc., e blogs casa vez mais
voltados para o mercado, que tratam de temáticas da grande indústria, que tem o
objetivo do lucro. Não que as novas mídias não ofereçam as mesmas plataformas à
grande mídia e ao cidadão comum, mas a lógica social e econômica, o modo de
vida, não se altera apenas por termos em mãos essas ferramentas. Por isso,
alguns consideram a nova geração muito apática e despolitizada. A tecnologia por
si só não tem o poder de fazer revolução alguma. Ela pode inclusive até ser
absorvida pelo sistema, como tem acontecido.
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