Exemplo pode ser visto na forma como vem sendo feita esta transição, as setup box que deveriam adaptar as TVs analógicas tem custo elevado e ainda não vem a tecnologia de interatividade, os aparelhos apenas são obrigados a vir adaptados para a nova forma se tiverem 32 ou mais polegadas, e por fim apenas no ano de 2010 alguns aparelhos passaram ter o selo DTVi, que significa estarem aptos a ter interatividades.
Isso apenas na parte do hardware, que é a parte mais sensível aos mais pobres, e que serve de desculpa as produtoras de conteúdo, que são também as emissoras, em não investir na produção de programas que utilizem toda esta tecnologia.
A tecnologia usada na TV digital trás muitos desafios tanto para quem produz quanto para quem atua, uma vez que a maior nitidez, e as diferenças de luz afetam toda a produção. As dificuldades em fazer também exigem maior interdisciplinaridade dos comunicadores para que saibam e se informem constantemente sobre as possibilidades de interação em seus produtos, como orientar o telespectador sobre as mesmas, o que usar ou não usar na interface da televisão que estará na frente do telespectador.No momento não se vê mudanças na interface com relação a interatividade, no máximo as mensagens do twitter passando abaixo da tela, em um "tempo real" meio suspeito nos programas jornalísticos. A desculpa
é a baixa inserção dos aparelhos digitais, apesar do estouro de vendas em 2010.
O lançamento da transição do analógico para o digital seria a forma que o governo achou de universalizar o acesso ao mundo digital até 2016, sem ter que investir maciçamente na internet, já que a televisão está presente em mais de 90% dos lares do país, e os computadores estavam muito caros até então. Porém hoje a TV digital tem sinal em 480 municípios, que congregam 87,7 milhões de brasileiros (dados do site DTV), mas se pararmos para pensar o Brasil tem mais de 5000 municípios, e por esta concentração de habitantes só os grandes centros populacionais ganharam sinal digital até agora, excluindo mais de 100 milhões de brasileiros dos pequenos e médios municípios.é a baixa inserção dos aparelhos digitais, apesar do estouro de vendas em 2010.
Em outra ponta a entrada dos aparelhos chamados Webs Tvs agora em 2011 deve por mais pressão na política de TV digital, uma vez que estas realmente trazem de outra forma a interatividade que até agora não chegou a televisão. O novo aparelho integra a programação da televisão, as funções de navegação e compartilhamento de conteúdo dos computadores e a convergência dos diversos aparelhos do domicilio em uma central de lazer. Tudo isso aliado a uma interface amigável, o problema maior é o custo do aparelho, e o acesso a rede de banda larga, presente apenas em 27% dos lares.
No entanto isso deve por pressão nas emissoras para produção de conteúdo já que o que é produzido hoje para o novo sinal é pífio e o investimento até agora foi alto.
Apesar do texto de Ana Silva Lopes Davi Médola, "Televisão digital brasileira e os novos processos de conteúdos: os desafios para o comunicador" tratar apenas dos desafios do comunicador com a nova tecnologia nesse meio, falta muito para sequer se chegar ao nível não só de interatividade em que o comunicador tenha estes desafios, ou aos formatos mais arrojados necessários para maior interação do apresentador, técnica e público sejam exigidos.
Pelo que vejo hoje a vida digital na televisão brasileira vai chegar primeiro através da banda larga e não da transmissão de dados e interação no sinal.
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