Blog da disciplina eletiva Seminário de Informática e Comunicação, turma 2013/01.
quarta-feira, 28 de abril de 2010
Resenha sobre o texto:
Processos de territorialização e desterritorialização
Segundo Lemos, as mídias, especialmente as contemporâneas, instauram esses processos ao permitirem a compressão do espaço e do tempo, "onde o tempo real (imediato) e as redes telemáticas, desterritorializam (desespacializam) a cultura" (LEMOS, 2004, p.68) no ciberespaço, "lugar de quebra e criação de controle e de hierarquias" (LEMOS, 2006, p. 7). As tecnologias empregadas na comunicação em rede influenciam a transformação desses territórios, mas não são exclusivas às mídias. De acordo com o autor, é próprio do ser humano ser parte ativa nesses procedimentos: criar e apropriar-se de territórios e, insatisfeito que é, criar linhas de fuga aos poderes instituídos e usar de meios técnicos para, quando desterritorializado, reterritorializar-se. Entendeu? Bom, deveria, afinal "as questões de território, territorialização e desterritorialização são essenciais ao homem" (LEMOS, 2006, p. 3)
terça-feira, 27 de abril de 2010
22 de Abril
Quando há uma movimentaçã nos processos estáticos até o momento, e essa mudança faz as estruturas se reestabelecerem fazendo mudar seu comportamento obtemos a desterritorialização. O ciberespaço é efetivamente desterritorializante, pelo simples fato de fornecer acesso à informação ilimitada e sem fronteiras.
Depois da desterritorialização, se consolidadas as estruturas, vem o processo de reterritorialização. Que é a adaptação do meio com as tecnologias oferecidas e adotadas por ele.
Quando há um novo ciclo de desterritorialização e reterritorialização ocorre a
des-re-territorialização.
quinta-feira, 22 de abril de 2010
Aula do dia 15 de abril
Basicamente onde a pessoa está localizada no momento é o que vai interferir com quem ela se comunica e sobre o quê; temos uma ideia muito forte do "aqui e agora".
Estas informações compartilhadas através da mídia locativa são mutáveis, onde a cada passo que se dá a informação anterior se torna obsoleta. Podemos ver isso claramente nas redes sociais que informam onde o usuário está no momento.
Outro exemplo são as câmeras que ativam informações sobe o local em que se está: a realidade aumentada; proporcionam a interatividade, a participação, itens muito importantes e que definem bem o termo de web 2.0.
Concluindo, as mídias locativas podem ser associadas ao movimento e a portibilidade, o que traz facilidade, coisas que a evolução da tecnologia quer proporcionar para seus usuários.
Resenha 15 abril 2010
“O mundo na palma da mão”. Um entre tantos clichês que acompanha a realidade de todos àqueles cuja geração já nasce com habilidades espetaculares e naturais para a inserção no ciberespaço. A minha entrada na aula fora justamente na troca de slides, acredito, em que ela estava exposta.
A aula do dia 15 de abril trouxe para a nossa reflexão textos de André Lemos e Lúcia Santaella, complementares e díspares entre si, por trazerem em sua essência a reflexão, por um conjunto de lentes distintas, sobre mobilidade e suas intersecções relacionadas à linguagem e ao uso de mídias locativas. Tentando evitar redundâncias e superficialidades, penetramos na lente apresentada por Santaella cujo lugar a ser pensado envolve o paradoxo presença-ausência , entre outros paradoxos importantes e melhor elencados pela autora. O fator ciberespaço põe em evidência concepções tradicionais sobre distancia, espaço e nomadismo. Ao trazermos esses termos e reconfigurá-los para a esfera do ciberespaço, já não é possível pensar na concepção usual do termo “realidade” sem os devidos reflexos provocados pelo meio digital. O fato marcante desse hibridismo seria o próprio uso do termo “duplo-nomadismo” em que os diversos papéis sociais exigem constante presença em diversos lugares da própria esfera social real, contudo a necessidade de permanecer um nó ativo na esfera do ciberespaço exige igual atenção parcial permanente para poder absorver / complementar / divergir com a sua rede social. Ressalta-se que exige-se um desenvolvimento cognitivo cada vez mais acentuada, cujo húmus é absorvido e naturalizado em semelhante velocidade acelerada.
Pelo lado de André Lemos, as mídias locativas representam não só a emissão de conteúdos informacionais vinculado a um lugar específico, mas também a disseminação de um novo tipo de mídia para a localização de uma determinada empresa. A disponibilização de mídias locativas, principalmente o acesso a rede Wi-fi para público não específico (acesso geral) é capaz de localizar e configurar a fonte da mídia locativa também no ciberespaço, possibilita maior intensificação do duplo-nomadismo citado por Santaella e permite a mesma localização do indivíduo no ciberespaço e disponibilizá-la para a(s) rede(s)social(is) a(os) qual(is) pertence e vinculá-lo à fonte da mídia locativa ao qual acessa, está próximo fisicamente e/ou consumindo ativamente dos serviços e/ou produtos daquela fonte locativa.
por Alex Viana
terça-feira, 20 de abril de 2010
Na última aula – 15 de abril – foi reforçada a ideia de que a inserção de novas mídias não significa o extermínio das antigas, mas uma reconfiguração do quadro atual. Aspecto que merece destaque é a ambiguidade que vem se desenvolvendo com as novas tecnologias; se por um lado surge um feixe considerável de mobilidade – o que proporciona a presença em diversos ambientes simultaneamente -, por outro a adoção de tais tecnologias carrega um vasto potencial de vigilância, pois os rastros das presenças também são verificáveis em diversos lugares, o que facilita a descoberta de informações por ou sobre qualquer um. A hibridização da esfera pública e privada ilustra este avanço da utilização das novas tecnologias. O uso destas em qualquer local e sua abrangência sem fronteiras diluí as diferenças entre o que é coletivo do que é individual. Informações que eram enclausuráveis passaram a ser tangíveis com certa simplicidade. por Bruno Colombo |
Mobilidade
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Na aula do dia 8 de abril, vemos a importância e as funções das redes sociais na internet. Discutiu-se as tendências e o panorama atual das redes, focando em ferramentas como blogs, microblogs (twitter), sites pessoais com utilização de perfis (Orkut, Facebook). Os blogs são alvo de constante discussão entre os pesquisadores, pois é um objeto de difícil categorização. Eles tiveram grande importância, pois revolucionaram a idéia de sites pessoais, que antes eram estáticos e desatualizados, implementando posts frequentes e a ordem cronológica reversa dos mesmos. Já o twitter recebeu destaque na aula por revolucionar o mundo da web: já é uma das redes sociais mais acessadas no Brasil, atraindo desde grandes empresas a artistas renomados e políticos. Com a idéia de seguir e ter seguidores, o twitter segue a mesma linha de “popularidade” que o Orkut.
Quanto aos sites pessoais como o Orkut e Facebook, foi discutida a grande gama de tipos de sites criada, e tivemos como exemplo sites apenas para animais e para pessoas ricas. O mesmo sistema de criação de perfis tem sido aplicado a uma grande parte dos sites hoje, inclusive nos jogos. Os chamados social games nas redes sociais facilitam a socialização e a criação de identidade, envolvendo cooperação e interação entre os amigos e jogadores. Nota-se que as redes sociais na web crescem cada vez mais, firmando as ideias de criação de identidade, popularidade e socialização.
por Luiza Pimenta
relatório 08/04
Nossa última aula, ministrada pela mestranda Gabriela Zago, teve como mote as redes sociais. Em um primeiro momento, discutiu-se sobre os locais em que as relações sociais acontecem na internet, citando sites como Orkut, facebook, twitter, jaiku e uma infinidade de outros, e a apropriação que sofrem de seus usuários. Não lembro mais dos termos exatos, mas sites de redes sociais podem ser divididos em duas categorias: uma em que se encaixam os sites que realmente objetivam ser meios de interação social, e outra em que se se encontram os sites que a princípio não tinham essa intenção, mas acabam se tranformando através da utilização que os usuários fazem deles. Tranformação essa que sempre ocorre, mesmo na primeira categoria, como exemplo dado do twitter, que surgiu como um simples bloco de anotações da vida diária das pessoas e hoje é utilizado pelos usuários para transmissão de eventos em tempo real, agrupar links, discussões, publicidade, entre outros, funções assimiladas pela plataforma, assim como as ferramentas de RT e de reply.
Outro assunto discutido sobre as redes sociais foi a da intensidade dos laços entre os usuários, podendo ser ‘fracos” ou ‘fortes”. No primeiro caso, os dois usuários devem concordar com a relação, digamos assim, o que sugere, teoricamente – na prática nem tanto – que ambos se reconheçam e se aceitem, não existindo relações unilaterais. É o caso de sites como o Orkut e o facebook. Já no segundo caso se encontram sites como o twitter, em que um usuário pode seguir outro sem que o inverso seja necessário.
Discutiu-se também na aula os social games, que normalmente fazem parte dos sites de relacionamento e que ajudam na construção dos laços entre usuários, já que o jogador só pode interagir no game com os seus amigos, que quase sempre determinam o seu sucesso ou fracasso no jogo.
Por fim, se falou sobre os blogs, através do texto de Marcelo Träsel em que ele desconstrói a ferramenta, mostrando que muitas das definições usadas para categorizar esse tipo de site não fazem mais muito sentido, como por exemplo a ordem cronológica inversa a não-comercialização, a freqüência na atualização e a personalização do conteúdo, já que praticamente todos os itens acabaram incorporados por outros sites “tradicionais” ou caíram em desuso nos próprios blogs. Como ele mesmo diz, o sucesso do blog e a influência que teve sobre a internet como um todo derrubaram todas as definições já existentes, o que faz com que, embora todos saibam reconhecer um blog facilmente, não existam uma definição “oficial”, que atenda com exatidão a tarefa de diferenciar os blogs de outras ferramentas da internet. Acho que já escrevi demais.
por Guilherme Daroit
quinta-feira, 8 de abril de 2010
“Enfoques e Desfoques no estudo da interação mediada por computador”
Primo inicia a discussão citando o intenso uso da palavra interatividade em campanhas de marketing, programas de rádio e tv, produtos e jogos eletrônicos atualmente. Qual seria a definição de conceitos como “interatividade”, “interativo” e “interação” no seu uso popular e mercadológico? Segundo o autor, seu artigo busca apontar os diversos enfoques sobre essa chamada “interatividade”, analisando-os criticamente e ao final, ainda defender uma abordagem sistêmico-relacional para o estudo da interação mediada por computador.
Ao conceituar interação como uma “ação entre” os participantes do encontro, Primo se foca para a relação estabelecida entre os interagentes, e não nas partes que compõe o sistema global. A seguir, o artigo aponta de forma crítica os erros dos enfoques mais comuns sobre o estudo da “interatividade”, em uma visão limitada da comunicação.
No enfoque transmissionista se adota o conceito da bidirecionalidade como característica fundamental da interatividade, no modelo em que a mensagem é enviada de um pólo a outro, menosprezando o relacionamento envolvido entre os interagentes. No enfoque informacional, que se utiliza ta Teoria Matemática da Informação, a interatividade se define como a possibilidade de escolha entre as alternativas disponíveis. Mas esse conceito é falho pois, mesmo com inúmeras alternativas que podem combinar-se entre si, seu modelo de interação é de tipo limitado.
No enfoque tecnicista o conceito da interação mediada por computador é centrado especificamente nas características do canal onde a mensagem é passada do emissor ao receptor, ou seja, foca-se no meio em que ocorre a interação, mas não estuda esse processo desenvolvido entre os seus interagentes.
No enfoque mercadológico o termo interatividade nada mais é do que um argumento de venda, usado indiscriminadamente em campanhas de marketing.
Por último, o enfoque antropomórfico considera qualquer reação do computador como uma forma de interação e diálogo com aquele que o usa, essa afirmação desconsidera as diferenças singulares entre o funcionamento da máquina e o comportamento humano, deixando-os no mesmo nível de inteligência.
Não é possível estudar interação mediada pelo computador focando em apenas uma variável. O sistema interativo é muito complexo e exige uma perspectiva sistêmico-relacional, ou seja o foco se dá no estudo do que se passa entre os interagentes do sistema.
Assim, propõe-se dois grupos de interação mediada por computador: a interação mútua, onde se evidencia as modificações recíprocas dos interagentes durante o processo, e a interação reativa, onde se estabelece segundo condições iniciais pré-determinadas.
terça-feira, 6 de abril de 2010
O problema dos enfoques: relato da aula do dia 01/04
Interação é uma palavra cujo significado é vago, ao menos se observado nos contextos de seu emprego corriqueiro. Interação pode significar uma relação física entre corpos (como a troca de calor) como pode também significar uma conversa entre duas pessoas. Interação parece ser uma versão menos ampla de 'relação', toda interação seria um tipo de relação; porém, nem toda relação seria um tipo de interação. Estar à uma distância x de certa cidade é um tipo de relação, mas não um tipo de interação. Para que haja interação não é essencial apenas a existência da relação, mas também a existência de algum tipo de reciprocidade, de partilha potencial entre os elementos da interação. É preciso que exista alguma propriedade em comum, como o calor no caso da interação térmica.
Qualquer relação com reciprocidade potencial constitui uma interação? Relação com reciprocidade potencial, embora possa não ser condição suficiente para a ocorrência de interação, certamente parece condição necessária. Nenhum dos enfoques do texto (inclusive aquele defendido pelo professor) contraria isto. O que se percebe é que no intento de fornecer as condições necessárias e suficientes para que algo seja uma interação, ocorrem refinamentos contextuais (onde o contexto seria uma área de investigação científica). Por exemplo, uma interação física (que seria compreendida como uma relação entre corpos, forças ou qualquer outra coisa que faça parte do inventário teórico da física) seria diferente de uma interação social (que se dá entre agentes sociais) e ambas seriam ainda diferentes de uma interação econômica (que pode suceder entre instituições).
O problema se torna, então, a ideia de que uma destas noções de interação deve se tornar a noção, isto é, a tentativa de reduzir todas as outras noções de interação para apenas uma é equivocada. É natural que haja uma pluralidade de diferentes aplicações do termo interação, e tal pluralidade deve ser preservada na medida em que cada emprego for cientificamente enriquecedor.